sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Confea discute com MEC aumento do número de engenheiros no Brasil

Brasília, 9 de fevereiro de 2011
Na tarde desta terça-feira (9/2), o presidente do Confea, Marcos Túlio de Melo, acompanhado do vice-presidente, Pedro Lopes, visitou o Ministério da Educação, com objetivo de convidar o ministro Fernando Haddad para ser um dos palestrantes no 6º Encontro de Lideranças do Sistema Confea/Crea, sobre perspectivas do ensino brasileiro. Também receberam o convite pessoalmente de Túlio de Melo na terça-feira os presidentes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), respectivamente Jorge Almeida Guimarães e Glaucius Oliva.
Nas três reuniões, Túlio de Melo explicou sobre o censo que o Confea pretende realizar em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) para mapear todos os engenheiros do Brasil e quais atuam na área e quais não (leia aqui). A ideia é, a partir do diagnóstico traçado, desenvolver um programa de atualização profissional, com intuito de atrair engenheiros que não estão em atuação de volta ao mercado. “Precisamos desses engenheiros para atender a demanda de desenvolvimento do país”, explicou. Segundo o presidente, cerca de 1/3 do total de engenheiros formados no país atuam na área. Para o presidente do Confea, esta é uma solução de médio prazo, para atender as demandas mais urgentes, enquanto também se investe no aumento do número de engenheiros formados por ano, medida que só dará resultado em, no mínimo, cinco anos (tempo da formação).
Fernando Haddad, ministro da Educação, sugeriu que o programa de atualização profissional fosse um mestrado profissional fomentado pela Capes, com grade curricular específica que abranja conteúdos necessários para atender as demandas do mercado brasileiro atual. “Um dos problemas da falta de profissionais no Brasil é que estamos com muita demanda de engenheiros estrangeiros pedindo registro para atuar no país, enquanto este é o momento de recuperar a engenharia brasileira”, explicou Túlio de Melo. “Nós até topamos discutir a viabilidade de abrir um pouco o mercado para estrangeiros, mas tem que haver reciprocidade para o profissional brasileiro que quiser atuar no exterior também”.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, manifestou apoio à proposta de Túlio de Melo de tentar recuperar profissionais que não atuam mais na área. “Quando esse mapeamento estiver feito, a gente pode convidar as universidades federais e montar uma parceria para o curso de atualização profissional”, disse.
Já o presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, acredita que a saída é aumentar o número de engenheiros formados. “Buscar profissionais atuantes em outras áreas e convencê-los de voltar para a Engenharia não vai sanar o problema”, acredita. “Se o mercado capital não melhorar, não há pré-sal que atraia engenheiro fora da área”. Para ele, o problema de escassez de profissionais no país é apenas quantitativa. “A qualidade do ensino é muito boa, mas a quantidade de alunos é pouca. Temos uma demanda de pós-graduação de engenheiros de apenas 11%”. Na opinião do presidente da Capes, o mau tem que ser cortado pela raiz, ou seja, incentivar o aprendizado da matemática e matérias exatas em crianças. “Os estudantes não fazem vestibular por causa de física, química, matemática. Se resolvermos isso, sana-se grande parte do problema”. De qualquer forma, Almeida Guimarães manifestou apoio à proposta do Confea. “Tudo o que é bom é válido. Temos que fazer tudo paralelamente, atacar em leque”, concluiu.
O presidente do CNPq, Glaucius Oliva, também tem ideias de projetos para a valorização da Engenharia na sociedade brasileira. “Por um tempo a Engenharia ficou dirimida da visão estratégica, mas agora estão vendo que ela é essencial”, disse. Uma das ideias citadas por Oliva foi conceder bolsa a estudantes de Engenharia e disponibilizá-lo para monitorar dois estudantes do Ensino Médio, “para que influencie estes a fazerem Engenharia também”. Glaucius Oliva citou diversas sugestões nesse sentido e apoiou a proposta de Túlio de Melo. “Várias ações têm que acontecer. Não é uma só que vai resolver o problema. São muitas ideias. Temos que deixá-las fluir e somar forças para concretizá-las.”, disse. “Temos que fazer uma campanha de atração de talentos. A maior riqueza são os cérebros” concluiu o presidente do CNPq.
Nas reuniões com os presidentes da Capes e do CNPq também participaram a conselheira federal Maria Luiza Poci Pinto e o chefe de gabinete do Confea Silvio Ramos.
Beatriz Leal
Assessoria de Comunicação do Confea

Um comentário:

  1. No Brasil o curso mais exigente é o de Engenharia! Grande parte da queda pela procura das engenharias se deve ao ensino médio ruim, a universidade de engenharia exigem dos calouros uma excelente base de matemática, física e química e são extamente estas disciplinas as que mais reprovam no ensino médio! Além deste aspécto a engenharia é uma profissão de liderança, nem todos tem personalidade para liderar! Um outro ponto crucial é a falta de investimentos governamentais na infraestrutura nacional, este ponto gerou uma grande retração do setor!
    Desde 1980 que a engenharia é negligênciada pelo governo e pela sociedade, o Brasil precisou viver a crise energética, a crise da falta de estradas, a crise das inundações, a crise da perda de competitividade comercial, a crise do sucateamento da indústria naval, a crise da favelização nos grandes centros urbanos, a crise da ausência de normas atualizadas e por fim o EMPOBRECIMENTO.

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