sexta-feira, 29 de abril de 2011

Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, alterada pela Lei nº 9.459, de 15 de maio de 1997, considera crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões.

   No Brasil, a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, alterada pela Lei nº 9.459, de 15 de maio de 1997, considera crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões.

   Em tal lei, são considerados crimes de discriminação ou preconceito contra religiões as práticas prescritas nos seguintes artigos: art 3º (“Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos”), art. 4º (“Negar ou obstar emprego em empresa privada”), art. 5º (“Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador”), art. 6º (“Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau”), art. 7º (“Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento similar”), art. 8º (“Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público”), art. 9º (“Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos ao público”), art. 10º (“Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou estabelecimento com as mesmas finalidades”), art. 11º (“Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos”), art. 12 (“Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte concedido”), art. 13 (“Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo das Forças Armadas”), art. 14 (“Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência familiar e social”), art. 20 (“Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”), e, art 20, § 1º, (“Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”).

Confederação Israelita do Brasil processa o Partido Comunista Brasileiro

    Foi publicado no site do Partido Comunista Brasileiro o artigo “Os donos do sistema - o poder oculto: de onde nasce a impunidade de Israel”, de autoria do jornalista Manuel Freytas, que, de acordo com a Confederação Israelita do Brasil (Conib), "utilizando-se de imagens apelativas, fortes distorções da realidade, argumentos conspiratórios e claramente antissemitas, acusa os judeus de controlarem a mídia, os bancos e as corporações transnacionais, além de arsenais nucleares e bancos centrais.   O partido, ao veicular o texto, demonstra alto grau de desconhecimento do cenário político-econômico internacional, além de repetir velhos chavões, oriundos da apócrifa obra “Os Protocolos dos Sábios de Sião”, farsa montada pela polícia czarista da Rússia, no século XIX. Dessa forma, incentiva a discriminação e a proliferação da intolerância religiosa, étnica e racial em nosso país, onde tais pregações não têm acolhida”.   Com base nas leis brasileiras que tratam de racismo e discriminação, bem como na lei orgânica dos partidos políticos, a entidade entrou com representação na Procuradoria Geral Eleitoral, pedindo a instauração de inquérito para a apuração e punição dos delitos cometidos pelo PCB.   “A finalidade da representação é evitar que abusos e inverdades desencadeiem preconceitos contra a comunidade judaica brasileira”, explica a Conib.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Por quê mais engenheiros do que advogados e médicos?

   O Brasil precisa urgentemente formar e/ou importar milhões de engenheiros, tecnólogos e técnicos de nível médio e pós-médio, principalmente na área de exatas do que em ciências biológicas e ciências humanas e sociais, para se tornar uma verdadeira potência econômica, científica, tecnológica e militar.   Por quê? Analise os fatos.

   O Brasil possui o maior número de faculdades de Direito no mundo e produz muito mais teses de mestrado e doutorado em ciências humanas e sociais por ano do que registro de marcas e patentes de alta tecnologia em máquinas e equipamentos.

   Como descreveu o Editorial da Revista Superinteressante de novembro/2010 e o Alexandre Versignassi, jornalista científico, no seu artigo “Um pedido ao próximo presidente” nesta mesma revista, o Brasil necessita imediatamente de “menos poesia e mais engenharia.”

   Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), são 1.240 faculdades de Direito no Brasil, enquanto que no restante do mundo, incluindo EUA, China, Europa e África, há no total 1.100 cursos.

   O número de advogados com a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) está próximo de 800 mil.   Já o número de bacharéis de Direito, só no Brasil, é maior que 3 milhões e o número de graduandos é maior que 4 milhões em nosso país.

   Segundo o artigo “Brasil registra menos patentes do que Toyota sozinha”, publicado no Jornal Brasil Econômico de 09/02/10, “em 2009, em plena recessão, a Toyota sozinha registrou no mercado internacional mais de mil patentes.   No mesmo ano, todas as empresas brasileiras reunidas não conseguiram registrar pelo sistema internacional nem metade desse volume.”

   “Multinacionais como Sharp, LG, Dupont, Motorola ou Microsoft também registraram mais patentes que todo o setor privado e institutos de pesquisa do Brasil, o que mostra a distância entre o país e os principais centros de inovação.   Só a Panasonic registrou um número de patentes cinco vezes maior que todo o Brasil.”

   “Em 2009, o Brasil era responsável por apenas 0,3% das patentes internacionais registradas.   O registro de patentes é considerado como um índice de desenvolvimento tecnológico e de pesquisa dos países.   O Brasil, entre 2005 e 2009, subiu da 27ª posição no ranking de países que mais registram patentes para a 24ª posição.   Há cinco anos, o Brasil registrava 270 patentes.   Em 2009, esse número chegou a 480, superando Irlanda, África do Sul e Nova Zelândia.”

   “Apesar do avanço, o Brasil ainda está distante de outras economias.   Só a China registrou em 2009 mais de 7,9 mil patentes e já superou França e Reino Unido em inovação.   Hoje, a China é a quinta economia mais inovadora do mundo.   Entre 2008 e 2009, os chineses aumentaram os registros em 29,7% e uma de suas empresas, a Huawei Technologies, é a segunda maior responsável por patentes no planeta.”

   “Sozinha, a empresa tem mais de 1,8 mil patentes registradas apenas em 2009.   Ela só é superada pela Panasonic, do Japão.   A maior responsável por patentes no Brasil em 2009 foi a Whirlpool, com 31 pedidos de patentes e a 565ª maior do mundo.   A Universidade Federal de Minas Gerais é a 858ª maior responsável por patentes no mundo em 2009, com 20 pedidos.”

   “Elas são as duas únicas representantes brasileiras entre as mil empresas e instituições que mais registram patentes.   No ranking geral, o país emergente melhor colocado é a Coréia do Sul, em quarto lugar e com oito mil patentes em 2009.   A liderança ainda é dos Estados Unidos, que registrou no ano passado 45,7 mil patentes, quase 30% de todas as patentes existentes no mundo em 2009.”

   Penso que possuímos uma cultura que valoriza muito o entretenimento (todos os tipos de lazer), as artes (principalmente, as músicas populares e as novelas), os esportes (principalmente, o futebol), as ciências humanas (principalmente, o curso de Direito) e as biológicas (Medicina, principalmente) do que a pesquisa, o desenvolvimento, a invenção, a inovação e os negócios em engenharias e em ciências exatas.

   No Brasil, o curso de medicina está até hoje entre os primeiros cursos em maior quantidade de inscritos para os vestibulares, juntamente com o curso de Direito.   É uma mistura idealizada de status intelectual, social e econômico juntamente com pretensões em satisfazer certos sonhos de muitos familiares, que não é sempre a real intenção e vocação do indivíduo que se inscreve nestes vestibulares.

   Em 2007, o Brasil possuía 167 faculdades de medicina, só perdendo para a Índia (222) em termos globais. Contudo, esta possuía uma população, na época, seis vezes maior que a nossa. Já em 2010, o Brasil possui 181 cursos de medicina, segundo Adib Jatene, ex-ministro da Saúde.

   Segundo a divulgação da Associação Médica Brasileira (AMB) no seu site em julho de 2010, “o Conselho Federal de Medicina (CFM) afirma que não há falta de médicos no Brasil.   Entre 2000 e 2009, a quantidade de profissionais de medicina aumentou 27% – de 260.216 para 330.825.   No mesmo intervalo de tempo, a população brasileira cresceu aproximadamente 12% – de 171.279.882 para 191.480.630, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).”

   “Em 2009, uma pesquisa do Conselho Federal de Medicina (CFM) revela que a média nacional é de um médico para 578 habitantes e a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que a proporção ideal é um médico para cada mil habitantes.   Atualmente, existe uma concentração maior de médicos nas regiões metropolitanas e a quantidade de médicos cresce percentualmente mais do que a população brasileira.   Por exemplo, na capital paulista existe um médico para cada 239 pessoas e em Belo Horizonte, 172 habitantes para cada profissional.”

    Porém, como a tendência da população urbana no Brasil é de crescimento (em 2010, segundo o censo do IBGE, a população urbana é 84% do total) e as cidades médias estão se desenvolvendo, urbanizando-se cada vez mais e aumentando sua população respectivamente, a saturação dos médicos em todo o país será um fenômeno muito provável em uma questão de poucos anos e/ou uma ou duas décadas.

   Já o número de faculdades de engenharia no Brasil e o número de formandos não aumentam de forma razoável, tanto em números relativos quantos absolutos.

   Segundo William Eid Júnior, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em seu artigo “Brasil 2030: as previsões e o viés da memória de curto prazo” no Jornal Valor Econômico em 25/11/10, a “China forma 300 mil engenheiros por ano, a Índia, 200 mil. Nós, menos de 30 mil.   Claro, podemos argumentar que a população deles é muito maior.   Mas como justificar que a Coréia, com uma população que é um quarto da brasileira, forme três vezes mais engenheiros?   Dos formados em cursos superiores no Brasil, apenas 5% são engenheiros.   Na Coréia, são 25%. Parece que descobrimos um dos segredos deles.”

   José Pastore, professor da faculdade de Administração e Economia da Universidade de São Paulo, em seu artigo “Escassez de engenheiros” em 20/07/10 no Jornal O Estado de São Paulo, afirmou que “o Brasil possui 600 mil engenheiros registrados.   É um número suficiente para o desenvolvimento do País?   Há discussões.   Para alguns, seis engenheiros para cada mil trabalhadores são muito pouco.   Nos EUA são 25.   Lá são formados cerca de 130 mil engenheiros por ano.”

   Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), até 2012 faltarão cerca de 150 mil engenheiros para preencher as vagas que estão surgindo, excluindo- se as vagas para técnicos de nível médio e pós-médio que o país sempre necessitou e tanto a cultura da supervalorização dos diplomas de bacharéis juntamente com o pré-conceito, da classe média e da elite, à formação técnica de nível médio impediram.

   Já parou para pensar, por que no Brasil não existem muitos eletrodomésticos, eletrônicos, celulares, computadores, veículos, motos, aviões, entre outros de tecnologia 100% nacional?   E por que a indústria nacional sempre precisa importar todo tipo de máquinas e equipamentos (bens de capital) para modernizar seu parque industrial?   Simplesmente, porque quase toda esta tecnologia foi inventada e patenteada pelas maiores multinacionais estrangeiras e não por nossas indústrias, empresas e universidades.

   As indústrias brasileiras (nada contra as multinacionais estrangeiras) e seus empresários, infelizmente, não investiram no desenvolvimento de alta tecnologia devido a múltiplos fatores internos e externos à indústria, mas, talvez, o principal deles, foi à falta de uma mentalidade em nosso país de valorização da educação, com investimentos maciços no ensino básico (fundamental e médio) e em matérias de ciências exatas, como matemática, física e química com seus respectivos laboratórios, feiras e campeonatos de ciência e tecnologia com prêmios em dinheiro, assim como é tradição nos EUA e como foi feito na Coréia do Sul e está sendo feito na China.

   Nos EUA, a parceria entre as indústrias e as universidades para a produção de tecnologia avançada é uma prática corriqueira e natural.   Infelizmente, a cultura governamental brasileira de pré-conceito à iniciativa privada e a arrogância e ignorância de muitos políticos e funcionários públicos das três esferas do poder (Executivo, legislativo e judiciário) em relação às boas idéias liberais e capitalistas que deram muito certo em todos os países desenvolvidos, somada a falta desta vontade política e a corrupção, impediram até hoje, o nosso desenvolvimento.

   Contrariamente, todos nós, contribuintes brasileiros, somos forçados a sustentar uma enorme e ineficaz máquina governamental, com uma folha de pagamento gigantesca e com despesas correntes crescentes que acabam por onerar a toda à população que paga impostos de primeiro mundo e não possui acesso a serviços públicos no mesmo nível.

   Ao mesmo tempo, muitos políticos arcaicos e adeptos da idéia de não-eficiência na Gestão Pública menosprezam à nossa inteligência e a racionalidade das mais modernas técnicas de administração, independentes de serem criadas e adotadas em empresas privadas e/ou estrangeiras.

   Até parece que não existe o interesse em se desenvolver produtos de alta tecnologia “Made in Brasil”, pois os salários pagos as carreiras governamentais são muito maiores do que é pago aos engenheiros.   Muitos formaram (e/ou foram desestimulados a estudar) nas mais diversos cursos de engenharias, mas acabaram por desistirem deste nobre e hiper talento à produção de máquinas e equipamentos de sofisticada tecnologia para entrarem na competição dos concursos públicos que pagam salários muito acima de R$ 5 mil reais/mês, satisfazendo-se como funcionários públicos estáveis.

   Afinal, muitos engenheiros no Brasil não conseguem empregos em sua área de formação ganhando quantias iguais e/ou superiores a R$ 5 mil/mês de forma tão simples e abundante, pois as condições macro e microeconômicas, educacionais e sociais não foram e não são até hoje suficientemente favoráveis.

   Não existem no Brasil milhares de indústrias de alta tecnologia, principalmente em equipamentos eletrodomésticos, eletrônicos, veículos, celulares, computadores e outras diversas máquinas e equipamentos destinadas tanto aos consumidores pessoas físicas do varejo quanto como bens de capital, contratando e pagando altos salários a milhares de engenheiros.

   Sei que as carreiras jurídicas, médicas, governamentais, entre muitas outras, são muito importantes ao país, mas se quisermos ser uma potência mundial, precisamos de centenas de milhares de engenheiros mecânicos, elétricos, eletrônicos, de Hardware, de Software, químicos, entre outros destas formações base, para o nosso desenvolvimento e orgulho.

   Os mais jovens precisam admirar as ciências e as tecnologias, no sentido da produção da mesma e não só no seu consumo.   Quase todos amam carros, celulares, computadores, televisões, máquinas fotográficas, filmadoras digitais, motos, aviões, equipamentos de áudio e vídeo, jogos eletrônicos, mas ao mesmo tempo, muitos não gostam da matemática, da física e da química, que são as ciências básicas utilizadas para produzirem todas estas maravilhas da tecnologia.

   Até na medicina, a engenharia é essencial.   Imaginem todos os hospitais sem os aparatos tecnológicos e sem todas as máquinas e equipamentos médicos existentes atualmente?    E imaginemos todos nós sem os medicamentos altamente sofisticados produzidos pelos engenheiros químicos e a indústria farmacêutica?   E sem todos os produtos de higiene, beleza e todos os demais da indústria química?   E a nanotecnologia?  A engenharia genética?   A engenharia da computação, de hardware e software?   E a engenharia aeroespacial e aeronáutica?

   Já engenharia militar sempre foi muito importante à humanidade como um todo através dos seus avanços científicos e tecnológicos ao longo da história, desenvolvendo inclusive tecnologias utilizadas em todos os setores na sociedade civil, além de proporcionar ao país uma maior capacidade de Defesa.

   Não podemos ter pré-conceitos anti-capitalistas, anti-liberais, anti-militaristas, anti-armamentistas, anti-polícia e anti-segurança pública, caso desejamos ser uma grande potência econômica, científica, tecnológica e militar no futuro.   Logo, racionalmente falando, o melhor remédio contra todos os pré-conceitos é o conhecimento.

   Será que devemos só produzir, inventar e até exportar jogadores de futebol, músicos, atores, artistas, comediantes, “palhaços”, funcionários públicos, políticos, juízes, promotores, delegados, advogados, bacharéis em direito, médicos, jornalistas, escritores e demais profissionais só das áreas de ciências humanas, sociais e biológicas?

   Deveríamos imitar, sem nenhum pudor e pré-conceitos, os EUA, o Japão, a China, a Coréia do Sul, a Alemanha, a Inglaterra, o Canadá, a Finlândia, a Noruega, a Suécia, a Dinamarca, a Itália, a França, a Austrália, Israel e todos os demais países mais desenvolvidos nos vários aspectos econômicos, científicos e tecnológicos em que os mesmos possuem padrões de excelência.

   Afinal, os pré-conceitos ideológicos, políticos (independente de serem “de direita ou de esquerda ou de centro” ou de qualquer outra posição), partidários, sindicais, religiosos, culturais e de todos os tipos apenas dificultam o desenvolvimento cognitivo humano de forma mais ampla e retardam o crescimento econômico e a boa convivência de todos, nos tempos e nos espaços.

Fonte:  Prof. José Carlos Lobo, Filósofo UFMG

Texto fantástico do Professor José Carlos.   A muito o Brasil esqueceu a importância da engenharia, a muito o Brasil negligênciou seus filhos engenheiros e com isso trilhou o caminho da depêndencia e do subdesenvolvimento.
   A primeira universidade instalada pelos portugueses no Brasil foi a de Engenharia, para que houvesse menos depedência de Portugal, esse é o exemplo que fica da história!   A ENGENHARIA tem que ser prioridade nacional.  
Eng.ºAlberto Cohen Filho 

segunda-feira, 25 de abril de 2011

domingo, 24 de abril de 2011

Engenharia é a profissão mais bem paga nos EUA

   De acordo com a pesquisa realizada pela National Association of Colleges and Employers (NACE), a Engenharia é a carreira mais bem paga no país.   Dentre os cinco cargos de salários mais altos, quatro são na área e tem um salário médio de 60 mil dólares.

   Os engenheiros químicos lideram o ranking de salário mais alto deste ano com uma média de US$ 66.886. Em seguida, há o único curso que não faz parte de Engenharia, Ciência da Computação, com uma média salarial de US$ 60.739 dólares.

   Os empregos na área de Engenharia Elétrica e de Comunicação também aparecem no ranking com salários em torno de US$ 60.646 e em 5º lugar a Engenharia Informática, com pagamentos em torno de US$ 60.112.

   Na lista com as 10 carreiras mais bem pagas ainda aparecem os cursos de Engenharia Industrial, Engenharia de Sistema, Engenharia Tecnológica, Ciências e Sistemas de Informação e Sistemas de redes empresarias e Telecomunicações.

   O documento também apontou que os salários em todas as carreiras aumentaram 3,5% nos EUA.   A pesquisa é feita trimestralmente pelo NACE e monitora as ofertas salariais de 70 disciplinas universitárias.   A lista reflete o interesse dos empregadores em cada profissão.


Fonte: IE

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sobre a Liberdade por Albert Einstein

    Sei que é inútil tentar discutir os juízos de valores fundamentais. Se alguém aprova como meta, por exemplo, a eliminação da espécie humana da face da Terra, não se pode refutar esse ponto de vista em bases racionais.  Se houver porém concordância quanto a certas metas e valores, é possível discutir racionalmente os meios pelos quais esses objetivos podem ser atingidos. Indiquemos, portanto, duas metas com que certamente estarão de acordo quase todos os que lêem estas linhas.

1. Os bens instrumentais que servem para preservar a vida e a saúde de todos os seres humanos devem ser produzidos mediante o menor esforço possível de todos.

2. A satisfação de necessidades físicas é por certo a precondição indispensável de uma existência satisfatória, mas em si mesma não é suficiente.  Para se realizar, os homens precisam ter também a possibilidade de desenvolver suas capacidades intelectuais artísticas sem limites restritivos, segundo suas características e aptidões pessoais.

   A primeira dessas duas metas exige a promoção de todo conhecimento referente às leis da natureza e dos processos sociais, isto é, a promoção de todo esforço científico. Pois o empreendimento científico é um todo natural, cujas partes se sustentam mutuamente de uma maneira que certamente ninguém pode prever.

   Entretanto, o progresso da ciência pressupõe a possibilidade de comunicação irrestrita de rodos os resultados e julgamentos - liberdade de expressão e ensino em todos os campos do esforço intelectual.  Por liberdade, entendo condições sociais, tais que, a expressão de opiniões e afirmações sobre questões gerais e
particulares do conhecimento não envolvam perigos ou graves desvantagens para seu autor.  Essa liberdade de comunicação é indispensável para o desenvolvimento e a ampliação do conhecimento científico, aspecto de grande importância prática.  Em primeiro lugar, ela deve ser assegurada por lei.  Mas as leis por si mesmas não podem assegurar a liberdade de expressão; para que todo homem possa expor suas idéias sem ser punido, deve haver um espírito de tolerância em toda a população. Tal ideal de liberdade externa jamais poderá ser plenamente atingido, mas deve ser incansavelmente perseguido para que o pensamento científico e o pensamento filosófico, e criativo em geral, possam avançar tanto quanto possível.

   Para que a segunda meta, isto é, a possibilidade de desenvolvimento espiritual de todos os indivíduos, possa ser assegurada, é necessário um segundo tipo de liberdade externa.  O homem não deve ser obrigado
a trabalhar para suprir as necessidades da vida numa intensidade tal que não lhe restem tempo nem forças para as atividades pessoais.  Sem este segundo tipo de liberdade externa, a liberdade de expressão é inútil
para ele.  Avanços na tecnologia tornariam possível esse tipo de liberdade, se o problema de uma divisão justa do trabalho fosse resolvido.
   O desenvolvimento da ciência e das atividades criativas do espírito em geral exige ainda outro tipo de liberdade, que pode ser caracterizado como liberdade interna. Trata-se daquela liberdade de espírito que
consiste na independência do pensamento em face das restrições de preconceitos autoritários e sociais, bem como, da "rotinização" e do hábito irrefletidos em geral.  Essa liberdade interna é um raro dom da
natureza e uma valiosa meta para o indivíduo.  No entanto, a comunidade pode fazer muito para favorecer essa conquista, pelo menos, deixando de interferir no desenvolvimento.  As escolas, por exemplo, podem
interferir no desenvolvimento da liberdade interna mediante influências autoritárias e a imposição de cargas espirituais aos jovens excessivas; por outro lado, as escolas podem favorecer essa liberdade, incentivando o pensamento independente.  Só quando a liberdade externa e interna são constantes e conscienciosamente
perseguidas há possibilidade de desenvolvimento e aperfeiçoamento espiritual e, portanto, de aprimorar a vida externa e interna do homem.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

MP de incentivo ao setor automotivo será votada no Senado

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   O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), prevê para a próxima quarta-feira (27) a votação da medida provisória 512/10, que concede incentivos fiscais para o desenvolvimento da indústria automotiva instalada no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país.

- Em princípio, tem acordo para votarmos, sim - adiantou o parlamentar.
   Lido na sessão de terça-feira (19), depois de votado na Câmara, o texto vai ser examinado na forma de projeto de lei de conversão (PLV 8/11) e será relatado pelo senador Humberto Costa (PT-PE).

   Jucá disse que a sessão de terça (19), quarta (20), e as de segunda (25) e terça (26) somam o prazo necessário para que a matéria seja votada.

   Já o líder do PSDB, Alvaro Dias (PR), disse que não tem acordo.
- Não fui procurado para acordo nenhum. O que ficou acertado com o presidente da Casa, José Sarney, foi que começaremos a votar os projetos temáticos, começando pelas matérias referentes à saúde. Não conheço essa medida provisória que acaba de chegar da Câmara e, como de costume, deixam tudo para a última hora - argumentou.

   A MP 512/10 foi assinada no ano passado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sob o argumento de que a indústria automotiva brasileira passa por momento peculiar porque, se de um lado a produção, os empregos e as exportações crescem, de outro lado as importações estão crescendo mais ainda.   O resultado é que o setor automotivo, que vinha superavitário no mercado internacional até 2008, teve déficit em 2009, prenunciando novos déficits, em todos os seus setores, inclusive no de autopeças.

Fonte: Senado Federal

segunda-feira, 18 de abril de 2011

IPEA - Aeroportos no Brasil: investimentos recentes, perspectivas e preocupações

  O link abaixo é uma análise do Instituto de Pesquisa Ecônomica Aplicada, diretoria de estudos setoriais, sobre a situação das obras dos aeroportos brasileiros para a Copa de 2014.

http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/110414_nt005_diset.pdf

domingo, 17 de abril de 2011

Engenheiro brasileiro Alberto Elfes do Laboratório de Propulsão à Jato (NASA) fala sobre os projetos robóticos espaciais

No mês passado, Barack Obama anunciou a inclusão da Nasa no seu plano de corte de gastos. As prioridades da agência nas próximas décadas ainda não foram definidas, mas devem refletir a nova situação. Missões não-tripuladas, como a dos robôs marcianos, podem ganhar destaque: além de um custo menor, oferecem maior segurança de resultados.
Helvio Romero/AE
O engenheiro Alberto Elfes, do Laboratório de Propulsão a Jato
 
   O brasileiro Alberto Elfes, de 57 anos, trabalha desde 2001 no Jet Propulsion Lab (JPL, na sigla em inglês), justamente a unidade responsável pelas missões não-tripuladas da agência espacial americana.   Há cerca de 5,5 mil funcionários no JPL.   Apenas cem possuem o cargo de "principal researcher" - algo equivalente a pesquisador sênior ou professor titular, no Brasil -, o mais alto na hierarquia de pesquisa.   Elfes, um filho de alemães que nasceu em Maceió, pertence a este seleto grupo.

   No ano passado, veio ao Brasil para um seminário sobre mineração do futuro organizado pelo Instituto Tecnológico Vale (ITV), entidade que coordena as ações de ciência e tecnologia da Vale. Falou ao Estado sobre seu trabalho na Nasa e o sonho de uma missão para Titã.
Quais são seus principais projetos no JPL da Nasa?
   Trabalho na área de sistemas robóticos autônomos.   Meus principais projetos são um dirigível autônomo - para missões aéreas em Vênus, Titã (um satélite de Saturno), os gigantes gasosos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) e até mesmo Marte -, barcos robóticos - úteis para estudos oceanográficos e fluviais na Terra - e, por fim, veículos robóticos para ambientes extremamente difíceis de serem explorados como as florestas tropicais, por exemplo.

A tendência agora é só mandar robôs ao espaço?
   É uma discussão complicada.   Há dois partidos na Nasa: o pessoal das missões tripuladas - com sede no Johnson Space Center, em Houston (Texas), responsável pelos ônibus espaciais e pela Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) - e o pessoal das missões não-tripuladas - com sede no JPL, em Pasadena (Califórnia).   Se você conversar com a turma das missões não-tripuladas, ouvirá que missão tripulada é uma bobagem: você coloca vidas em risco, é absurdamente caro e não traz o resultado científico de uma missão não-tripulada.   Obviamente, o pessoal das missões tripuladas vai responder: 'Temos de ir para outros lugares porque esse é o destino humano: procurar novos horizontes, vencer novas fronteiras.' Sou da área de missões não-tripuladas e concordo com o argumento do risco humano e do custo, mas reconheço que o outro lado tem alguma razão.   Poderíamos ficar em casa e ver fotos de Paris ou da Amazônia.   Mas ninguém fica satisfeito com isso.   Queremos ver ao vivo, colocar os pés lá.   De qualquer forma, mandar um ser humano para Marte e trazê-lo de volta é um desafio tecnológico brutal e ainda não temos o conhecimento necessário para fazer isso.   Uma proposta de missão tripulada para Marte previa três anos de viagem - um para ir, outro para permanecer lá e outro para voltar - e um custo da ordem de US$ 30 bilhões (cerca de R$ 50 bilhões).   Muito otimismo.   Pode colocar mais um zero no custo.   Basta pensar, por exemplo, no problema da radiação cósmica.   A atmosfera de Marte é rarefeita e o campo magnético do planeta não é contínuo.   Como consequência, há vastas regiões onde a incidência de radiação cósmica é muito forte.   Como proteger os astronautas?   Blindando as naves, os módulos que vão desembarcar no planeta e até os trajes espaciais?   Tudo fica pesado demais e aumentam as dificuldades da missão.   Na verdade, já conhecemos uma solução para esse problema: há regiões onde o campo magnético marciano é extremamente forte e outras onde ele praticamente não existe. Poderíamos levar os astronautas para regiões onde o campo magnético é forte, diminuindo o efeito da radiação cósmica.   Mas ainda há inúmeras questões semelhantes a esta sem resposta.

Há continuidade entre seu trabalho na Nasa e sua carreira no Brasil?
   Sim.   Fui diretor do Instituto de Automação do Centro Tecnológico de Informática (CTI, atual Centro de Tecnologia de Informação Renato Archer), em Campinas, um centro de pesquisa ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).   Quando assumi o cargo, percebi que era necessário escolher bons projetos para recuperar o entusiasmo do pessoal.   Propus então um dirigível autônomo para monitoramento ambiental: o Projeto Aurora.   Começamos a trabalhar em 1996.   Dois anos depois, publicamos o primeiro paper com os resultados preliminares.   Preferimos um dirigível a um helicóptero ou a um avião não-tripulados, pois ele pode permanecer mais tempo no ar a um custo muito menor.   Foi o primeiro projeto no mundo de um dirigível autônomo.   No Brasil, foi provavelmente o primeiro veículo aéreo não-tripulado a alçar voo.   Os papers que a equipe do CTI publicou entre 1998 e 2005 são os trabalhos mais citados quando o assunto é dirigíveis autônomos.   Cheguei no JPL em 2001.   Em 2002, escrevi um projeto para conseguir dinheiro para desenvolver um dirigível autônomo na Nasa.   Já se cogitava o uso dessa tecnologia em missões para Titã ou Vênus.   O dinheiro saiu em 2003.   Compramos o veículo de uma empresa inglesa - a mesma que forneceu o primeiro dirigível que usamos em Campinas - e começamos a recheá-lo com nossa tecnologia: processadores, sensores, GPS etc.   Minha equipe do JPL pesquisou então todos os artigos já publicados que poderiam orientar nosso trabalho.   Vieram então me dizer: 'Alberto, os trabalhos mais importantes nesta área são os da sua equipe no Brasil.'   Como brasileiro, fiquei muito contente.  Temos  gente qualificada no País capaz de fazer pesquisa de nível internacional.   Só em 2009 alcançamos no JPL o mesmo nível de conhecimento e desenvolvimento do Projeto Aurora.

E qual é o estado atual da missão para Titã?
   No começo de 2009, foi apresentada uma proposta de missão para Titã chamada Titan Saturn System Mission (TSSM).   A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) também participaria, uma forma de diminuir custos e incentivar a cooperação.   Há a expectativa de que a missão para Titã seja aprovada para lançamento em 2018.   Neste exato momento, a Nasa realiza seu 'decadal survey', uma pesquisa decenal em diferentes áreas, entre elas, o espaço profundo.   Estão decidindo, por exemplo, quais os alvos para os próximos 10, 20 ou 30 anos e quais as principais perguntas científicas a serem respondidas.   Os resultados devem sair neste semestre.   Estamos torcendo para que a missão de Titã seja considerada de alta prioridade, para ser lançada em um futuro próximo.

Fale um pouco sobre a TSSM.
   Eles propuseram um objeto que permaneceria na órbita de Titã - um orbitador - e realizaria o mapeamento do satélite no infra-vermelho e com radares.   Também haveria um veículo aéreo - provavelmente um Montgolfière (balão de ar quente) - e um pequeno barco que desceria de pára-quedas em um dos lagos de satélite de Saturno.   Os dois permaneceriam ativos por um tempo limitado, realizariam análises físico-químicas de Titã e enviaram os dados antes de acabar a energia.

Por que a energia é um limitante tão importante?
   As missões que ultrapassam Marte não podem mais contar com a energia solar.   As sondas Galileu (que explorou Júpiter), Cassini (que investiga Saturno) e as Voyagers (que já estão deixando o Sistema Solar) usaram um Radioisotophe Thermal Generator (RTG): uma pílula muito pequena de material radioativo, normalmente plutônio.   O decaimento da substância produz calor que é transformado em energia elétrica. Na missão para Titã, o orbitador e o veículo aéreo possuiriam RTGs.

Vocês estão estudando dirigíveis, mas disse que a missão para Titã prevê um Montgolfière.
   Há vantagens e desvantagens nos dois modelos.   O dirigível é mais ágil, mas você precisa levar hélio da Terra para encher o balão e sempre pode vazar um pouco.   Um colega realizou um estudo sobre a viabilidade de se substituir o hélio por hidrogênio extraído da atmosfera de metano de Titã: desta forma, não precisaríamos levar o gás da Terra.   Mas seria mais um sistema, mais uma complexidade e, portanto, mais um fator de risco.   Ou seja, o dirigível é um veículo com uma capacidade de exploração científica muito alta, mas com alguns fatores de risco.   No balão de ar quente, não precisamos levar o gás da Terra: basta pegar o ar atmosférico e aquecê-lo para encher o balão.   Qual a desvantagem?   Você não o controla.   Só consegue fazer que suba ou desça. Fica refém das correntes de ar.   Fiz um estudo sobre como são os ventos em Titã para prever como poderíamos aproveitar as correntes e visitar lugares onde gostaríamos de realizar observações.   Analisamos também soluções híbridas como, por exemplo, colocar hélices na gôndola.   Não teria a mesma agilidade de um dirigível, mas haveria um pouco de controle.

A tecnologia já está madura?
   Por enquanto, estamos amadurecendo os subsistemas.   Já conseguimos, por exemplo, demonstrar que o dirigível é capaz de passar por vários pontos especificados no espaço tridimensional da atmosfera.  Também descobrimos um jeito de coletar material na superfície do planeta: um cilindro oco que lançamos na direção do chão como um arpão.   Ele se finca no chão e depois pode ser içado carregando um pouco de terra.   A amostra seria analisada pelo laboratório químico a bordo do dirigível e os dados enviados para a Terra. Também testamos mecanismos para diagnóstico de falhas e as respectivas ações de emergência.   Mas se a Nasa perguntasse 'estão prontos?', a resposta seria 'ainda não'.

Quais os critérios para a escolha de uma missão?
   Para uma missão ser aprovada, você apresenta um conceito (equivalente a um esboço) de missão ao centro de operações da Nasa.   Se eles gostarem, você volta para casa e detalha a proposta especificando o tipo de pesquisa que pretende realizar, os instrumentos e equipamentos que gostaria de levar, uma estimativa do custo etc.   Depois retorna ao centro de operações e reapresenta a proposta.   Se gostarem mais uma vez, pedirão para detalhar ainda mais.   Essas idas e vindas repetem-se algumas vezes.   Chega uma hora que você consegue listar as tecnologias maduras, imaturas etc.   Com toda essa informação, a Nasa avalia a viabilidade da missão com base em três variáveis: ganho científico, custo e risco.   A preocupação número um é o risco.   Quando uma missão fracassa, há um impacto imenso na opinião pública e no moral das pessoas que investiram anos da sua vida naquilo.   Além disso, sempre há gente no Congresso (dos EUA) perguntando se vale a pena gastar tanto dinheiro com o programa espacial.   Na prática, se a Nasa tem dois esboços para a mesma missão - um mais arriscado e promissor do ponto de vista científico e outro mais seguro e modesto nos resultados -, preferirá o de menor risco.   Talvez sugira aos autores do esboço mais audaz: 'Gostamos da ideia, mas vocês precisam trabalhar para amadurecer a tecnologia e baixar o risco.'

E como a Nasa garante a segurança de uma tecnologia?
   A Nasa utiliza uma escala chamada Nível de Maturidade da Tecnologia (TRL, na sigla em inglês).   Há nove níveis.   O TRL-1 é aquela ideia que tivemos conversando em um bar e rascunhamos no guardanapo. No outro extremo, o TRL-9 é o robô em Marte, feito para permanecer só 180 dias funcionando, mas que há sete anos continua trabalhando sem apresentar problemas.   O TRL-3 é quando você pegou sua ideia do guardanapo e montou um mecanismo precário sobre a bancada do laboratório para provar que a ideia faz sentido.   O TRL-6 é quando você venceu a etapa de pesquisa e desenvolvimento e já construiu um sistema autônomo de verdade, pronto para ser testado fora do laboratório, em campo, onde ele fica vulnerável às intempéries.   Mas ainda está longe do TRL-9, que é quando o veículo poderia ser enviado para Titã, por exemplo.   A Nasa estima que o itinerário de TRL-1 para TRL-6 corresponde a 10% dos custos de uma missão.   Cerca de 90% do dinheiro é gasto para levar o equipamento de TRL-6 a TRL-9.   Isso dá uma ideia de onde está o foco de atenção.

Como são as discussões que acompanham o desenho de uma missão?
   Participar de discussões que definem as missões espaciais da Nasa é muito interessante e, às vezes, muito frustrante.   Há diferentes grupos, com objetivos muito diferentes.   Os cientistas sempre querem mais: mais instrumentos, mais medidas, mais observações, mais tempo, mais terabytes de dados...  O pessoal da engenharia joga um balde de água fria: 'Pode esquecer.   Se colocarmos tudo o que vocês querem, a nave não sai da órbita da Terra de tão pesada.   Além disso, o custo seria dez vezes o orçamento da Nasa'.  Ao mesmo tempo, o pessoal da engenharia deseja muito colocar em prática suas soluções brilhantes e inovadoras. Então, é a vez do pessoal de (coordenação das) missões jogar um balde de água fria: 'Pode esquecer.   O risco é muito alto.   Vamos usar tecnologias com mais de 30 anos de estrada para ter certeza que funciona'. Como é fácil imaginar, algumas discussões ficam extremamente emocionais.

Como o JPL funciona por dentro?
   O JPL tem uma estrutura complexa que poderíamos chamar de matricial.   Imagine uma tabela.   As colunas seriam as diretorias das diferentes áreas: exploração de marte, planetas exteriores (aqueles que estão depois de marte), ciências terrestres etc.   As linhas seriam as diversas equipes organizadas segundo a aptidão dos seus membros: a minha linha é o departamento de robótica por exemplo.   O dinheiro costuma entrar pelas colunas (pelas diretorias) e as pessoas são alocadas em uma determinada linha dependendo do departamento a que pertencem.   Cada colaborador costuma estar sempre na intersecção de uma linha com uma ou várias colunas.   No meu caso, por exemplo, estou na linha do departamento de robótica e recebo financiamento para o dirigível autônomo pela área de planetas exteriores (que é onde se encaixa a missão para Titã).   Já para os barcos de monitoramento ambiental, recebo dinheiro da área de ciências terrestres.

Há intercâmbio com agências espaciais de outros países?
   Depende.   Não é só uma questão de tecnologia, mas também de política.   Atualmente, há muita cooperação com a agência espacial russa.   Há até uma certa dependência dos russos: com o fim do programa dos ônibus espaciais, a Nasa precisa deles para levar carga e astronautas à ISS.   Existe também cooperação com a agência espacial japonesa em várias missões.   Com os europeus, o JPL enviou a sonda Cassini para explorar Saturno, que chegou ao destino em 2004.   Quando a Cassini passou perto de Titã, em fevereiro de 2005, lançou a sonda Huygens - pertencente à ESA - em direção ao satélite.   Os dados obtidos na missão foram captados pelos americanos no Deep Space Network e retransmitidos aos europeus.   Ou seja, há muito trabalho conjunto.   Já houve até cooperação com os brasileiros no treinamento do astronauta (Marcos Pontes).   Mas não sei se há muitos projetos com a China, por exemplo.

Por que alguém recorreria a veículos robóticos na Terra?
   Já estive algumas vezes na Amazônia.   Sem dúvida, é muito divertido.   Mas, no dia a dia, eu prefiro ficar em uma sala com ar condicionado, enquanto um robô lá fora coleta dados e imagens em alta resolução, no meio do calor e dos mosquitos.   Você diminui o risco.   Além disso, sistemas robóticos são mais baratos que uma missão exploratória com seres humanos.   Um barco convencional de pesquisa custa milhões de dólares.   A operação do barco e a tripulação, idem.   Um barco robótico (marítimo) custa, no máximo, US$ 15 mil (cerca de R$ 25 mil).   Colegas da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA, desenvolveram embarcações autônomas para lagos de até US$ 5 mil (cerca de R$ 8 mil).   Ou seja, com um barco convencional tripulado é possível adquirir vários veículos robóticos.   Desta forma, posso distribuí-los na região que desejo estudar.   Algo útil para situações como o acidente no Golfo do México (em abril, quando uma plataforma da British Petroleum explodiu e milhões de barris de óleo foram lançados no oceano): se esta tecnologia estivesse disponível poderíamos monitorar a extensão da mancha de petróleo e o impacto ecológico do vazamento.

Qual é o grau de autonomia que um robô pode ter?
   Não existem robôs totalmente autônomos.   Para realizar sua função, todo veículo precisa ser teleoperado (controlado à distância) ou pré-programado - ou as duas coisas ao mesmo tempo.   Damos autonomia ao robô nas operações mais simples para que o ser humano possa se concentrar nas decisões estratégicas.   No barco robótico, por exemplo, o cientista define as áreas de interesse e o veículo escolhe sozinho a trajetória e o modo como mapeará essas áreas.   Naturalmente, quanto maior a distância do supervisor humano, maiores são as exigências de autonomia.   O tempo de comunicação entre a Terra e Marte - ida e volta de uma mensagem - costuma variar de 15 a 30 minutos.   Se o robô em Marte enviasse uma imagem mostrando que ele caminha rapidamente para o abismo, não adiantaria apertar o botão vermelho "pare" na Terra: quando a ordem chegasse ao planeta vizinho, já não haveria robô lá para ouvir.   O robô deve identificar o perigo - e evitá-lo - sozinho.   O tempo de comunicação entre Terra e Titã é ainda maior: em média, duas horas e meia.   Ou seja, a autonomia de uma missão para Titã deve superar a de Marte.   No planeta vermelho, o robô recebe comandos do tipo: vá cinquenta metros a frente, aproxime-se daquela rocha e realize tal conjunto de medidas. Na lua de Saturno, as ordens seriam mais complexas: explore esta região ou aquele lago.

Suas pesquisas podem ser úteis para aplicações mais próximas ao cotidiano das pessoas, como a criação de um sistema autônomo para guiar os carros em uma cidade, por exemplo?
   Sim.   Não é uma aplicação direta, mas há um conjunto de tecnologias de base que você precisa para qualquer sistema autônomo.   Há, por exemplo, uma metodologia para mapeamento e navegação chamada 'occupancy grid' que inventei no meu doutorado na Carnegie Mellon.   Ela despertou muito interesse na comunidade de robótica móvel, pois pode ser aplicada em um espectro amplo de projetos.   Na época, os 'olhos' dos nossos robôs eram sensores de sonar de 30 dólares - os mesmos usados para ajustar o foco em máquinas polaroid.   Cada robô tinha vários sensores e direcionava os sonares para todos os lados.   Com os dados obtidos dos sensores, o robô montava um mapa geométrico do mundo circundante formado por linhas.   Mas, várias vezes, os obstáculos absorviam a onda emitida pelo sonar ou ela incidia de forma muito oblíqua no obstáculo, sem retornar da forma esperada ao robô.   Os dados obtidos não eram precisos e os mapas construídos ficavam péssimos.   Esse modelo esquece a incerteza inerente a qualquer medida obtida por sensores.   Decidi substituir os mapas geométricos por um modelo que usa uma grade para representar o mundo: para cada quadradinho da grade, eu calculo uma probabilidade daquele lugar estar ocupado ou vazio.   Se um sonar fala que há um obstáculo naquele quadradinho, cresce a probabilidade de existir algo ali.   Se outro afirma que não há nada, a probabilidade diminui.   Nunca tenho certeza absoluta sobre o que há em cada quadradinho, mas posso me mover pelo trajeto em que a probabilidade de encontrar obstáculos é baixa.   Funciona surpreendentemente bem.   Quando cheguei ao JPL, em 2001, um dos colegas comentou comigo: 'Você sabia que a tecnologia dos 'occupancy grids' inventada por você é usada no sistema de navegação dos robôs que serão enviados à Marte?'  Naquela época eles ainda estavam na Terra passando pelos últimos testes.   Foram enviados ao planeta vermelho dois anos depois, em 2003.

Você veio ao Brasil para um evento do Instituto Tecnológico Vale. Quais os pontos em comum da robótica espacial e da robótica na mineração?
   Nas duas, há a exigência de que o negócio funcione.   Os sistemas devem ser robustos.   Na universidade, se você precisa de um equipamento e ele não funciona, basta consertar e amanhã refazer o experimento. Você não deixará de escrever o paper.   Agora, se o equipamento quebra em uma lua de Saturno ou 500 metros debaixo da terra, temos um problema sério.   Normalmente, não dá para trazer o equipamento de volta e mandar para o conserto.   Você precisa prever todas as falhas e corrigi-las antes que se manifestem.

Há outras vantagens no uso de sistemas robóticos?
   Além do custo, há a questão da segurança, pois você não precisa colocar pessoas em situações de risco. Áreas como a mineração podem beneficiar-se muito da robótica.   Todos os meses, vemos nos jornais histórias de mineiros que ficaram presos depois de um desmoronamento ou de uma explosão: Chile, EUA, China... Seria ótimo se máquinas pudessem arcar com os riscos no lugar dos humanos.   Além disso, o sistema robótico pode ser adaptativo: extrai o material e, ao mesmo tempo, realiza uma análise química rápida para determinar a direção do veio de minério.   A precisão aumenta a eficiência e pode diminuir a produção de resíduos, algo interessante do ponto de vista ecológico, uma preocupação cada vez maior das empresas do setor.   Como comentamos, há espaço também para a robótica ambiental que pode ser usada para monitorar o entorno da área de mineração: com barcos robóticos, redes de sensores, veículos aéreos... É possível fazer um rastreamento muito detalhado do impacto ecológico.

É mais fácil criar sistemas autônomos para operarem na Terra?
   Nem sempre.   Há uma dificuldade associada aos sistemas autônomos na Terra.   Na adolescência, eu adorava os livros do Isaac Asimov.   Lembro até hoje da primeira lei da robótica que ele inventou: 'Um robô não pode ferir um ser humano'.   De fato, aqui precisamos nos preocupar com as pessoas que estão ao redor do robô, pois ele não pode feri-las.   Em 2000, fiz um ano sabático na Alemanha e participei do projeto de uma cadeira de rodas inteligente: o cadeirante só precisava especificar o ponto onde queria chegar e a cadeira escolhia o percurso.   Testamos em vários lugares, inclusive na estação de trem municipal durante o horário de rush.   O mecanismo que inventamos era polido: se uma pessoa pretendia cruzar o caminho do cadeirante, a cadeira de rodas parava e cedia passagem.   Se alguém caminhava na direção do cadeirante, a cadeira desviava e passava ao largo.   É um exemplo simples, mas mostra como um sistema robótico que vai trabalhar em um ambiente com gente tem requisitos de segurança ainda mais exigentes.

Você pensa em voltar ao País?
   Um dos meus sonhos é voltar ao Brasil para trabalhar em sistemas robóticos para monitoramento ambiental e pesquisa de biodiversidade.   Há muita coisa interessante que pode ser feita.   Eu gostaria, por exemplo, de usar sistemas robóticos para explorar a copa das florestas tropicais, um dos ecossistemas menos conhecidos e com uma das maiores concentrações de biodiversidade do planeta.   Há pouco conhecimento pois o ambiente de trabalho é normalmente inóspito e, às vezes, diretamente hostil: há coisas querendo morder ou envenenar você, há calor, umidade, doenças como micoses, malária...   Além disso, existe a questão logística: não é fácil movimentar-se ou carregar equipamento na floresta.   Você acaba precisando de gente, um recurso caro.   E quando o objetivo é explorar as copas, o problema torna-se praticamente impossível de resolver.   Não temos um jeito razoável de se locomover lá: em alguns lugares utilizam torres, pontes suspensas, guindastes... em outros, o pessoal usa equipamento de alpinismo.   Enfim, sempre é penoso.   Muito mais fácil estudar a biodiversidade da savana. Basta um jipe.   Mas convém estudar as copas.   Não só pela biodiversidade: outra questão interessante que poderia ser estudada na copa das árvores é o balanço da troca de gases ou de água da floresta com a atmosfera.   Já pensei em um dirigível autônomo que para e desce os sensores para dentro da copa, mede os gases, grava vídeos, coleta folhas... depois anda um quilômetro e repete o processo.   Mas também poderíamos pensar em robôs parecidos com macacos que andariam por dentro da copa das árvores, algo, sem dúvida, muito mais complexo.

Fonte: Estadão

É possivel que haja vida em Titã (lua de Saturno)

 . Foto: Divulgação
Reprodução artística mostra superfícia de Titan, lua de Saturno que pode acolher vida 

   Pesquisadores da Nasa acreditam ter encontrado evidências claras de vida em Titan, uma das luas de Saturno.   Segundo os especialistas, ela é a única que apresenta as características químicas para acomodar seres vivos.
 
   As afirmações se baseiam na variação da quantidade recursos, como hidrogênio, na superfície de Titan. Duas pesquisas feitas tiveram resultados diferentes, sendo que a primeira mostrou uma maior quantidade que a segunda.   Os cientistas acreditam que esses recursos tenham sido consumidos pela forma de vida presente no satélite.
 
   "Acreditamos no consumo de hidrogênio, pois é o gás óbvio da vida em Titan, como temos aqui na Terra. Isso seria muito emocionante, pois seria uma segunda forma de vida, diferente da baseada na água, como na Terra", disso o astrobiólogo da Nasa, Chris McKay.

Fonte: Nasa

Titã (lua de Saturno) tem mar do tamanho do Mar Negro

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Dados obtidos por radar pela sonda Cassini permitiram a criação desta visão colorizada do Ligeia Mare. O lago de metano/etano líquido está mostrado em azul.

Imagine-se em um barco terrestre navegando em um mar alienígena…

   Algo como isso poderá acontecer já em 2022 se Ellen Stofan (geóloga planetária da Proxemy Research) conseguir convencer as agências espaciais a empreender tal aventura.   Stofan tem a visão de uma nova missão a Titã, lua de Saturno, o único local do Sistema Solar conhecido que apresenta superfície líquida além da Terra.   O metano e etano líquidos na superfície de Titã, revelados pela sonda robótica Cassini, formam mares tão grandes como o Mar Negro ou Grandes Lagos da América do Norte.

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   O mar Negro é um mar interior entre o sudeste da Europa e a Ásia Menor.   Conecta-se com o Mar Mediterrâneo pelo Bósforo e o Mar de Mármara, e ao Mar de Azov pelo estreito de Kerch.   Há um importante fluxo de água através do Bósforo, 200 km³ por ano e de água doce das áreas adjacentes, especialmente da Europa Central e Oriental, totalizando 320 km³ por ano.   O Mar negro tem uma área de 436.400 km² e uma profundidade máxima de 2.206 metros.


   Quais são então os alvos de Stofan? Ligeia Mare ou Kraken* Mare, dois dos maiores mares de Titã, revelados pela Cassini.

   Kraken é um nome sugestivo que se refere a um polvo-gigante-mitológico.   O Kraken era uma espécie de lula ou polvo gigante que ameaçava os navios no folclore nórdico.   Este cefalópode tinha o tamanho de uma ilha e cem braços, acreditava-se que habitava as águas profundas do Mar da Noruega, que separa a Islândia das terras Escandinavas, mas poderia migrar por todo o Atlântico Norte.   O Kraken tinha fama de destruir navios, mas só destruía aqueles que poluíam o mar e navios de piratas.


ImagemMapa mostra os mares de Titã: a primeira opção de pouso, Ligeia Mare, e a segunda, Kraken* Mare.

   Que tal esta interessante alternativa ao conceito do jipe-robô-explorador, um ‘barco-robô’? Titã é um mundo que inspira tais iniciativas inéditas.   Devido a espessa atmosfera titânica, vários tipos de projetos de aeronaves têm sido propostos para estudar esta gigantesca lua de Saturno.   Na recente conferência de Aosta em julho de 2009, Giancarlo Genta descreveu o projeto de um jipe-explorador-anfíbio que poderia também navegar pelos lagos de Titã conforme necessário, transformando-se em uma estação de pesquisa flutuante.   Agora, na idéia de Stofan a proposta passa a ser de um verdadeiro barco robotizado, perdendo a capacidade de andar pela superfície.   Este veículo, contudo, não iria se parecer com um barco como estamos acostumados aqui na Terra.

ImagemEsta imagem de Titã feita por radar foi feita pela Cassini em julho de 2006 fornece evidências convincentes que Titã está coberta por largas áreas líquidas

   Assim, na visão de Stofan, teríamos uma cápsula que pousaria direto no lago a ser explorado, com mastros carregando as câmeras e sensores.   Impulsionada pelos ventos da ativa atmosfera desta lua a cápsula-sonda poderia navegar pelos mares titânicos por meses, energizada por um motor nuclear e enviando os dados para a Terra.

   Stofan foi entrevistada recentemente pelo National Public Radio e falou a respeito das condições nos lagos de Titã e descreveu o possível cenário do barco-robô enfrentar uma tempestade alienígena.   “De fato adoraríamos que tal aconteça, para permitir-nos retornar imagens mostrando dias chuvosos em Titã e visualizar as gotas de metano caindo sobre o lago.   O vento por lá pode até dar chacoalhar a sonda, mas nada comparável com as tempestades tropicais e furacões que encontramos aqui na Terra”.

Fonte: Eternos Aprendizes

sábado, 16 de abril de 2011

CNI lançará plano para aumentar oferta de engenheiros ao mercado de trabalho

   A Confederação Nacional da Indústria (CNI) vai lançar o Plano Nacional de Engenharia para reduzir a evasão e o preenchimento de vagas ociosas nos cursos na área em instituições públicas e privadas do país. A ideia é entregar ao governo até o final do mês um conjunto de propostas com o objetivo de aumentar a oferta de engenheiros no mercado de trabalho.

   Segundo comunicado divulgado hoje (14) pela entidade, o plano está sendo elaborado pelo Comitê de Engenharia da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ligada ao Ministério da Educação, com a participação da CNI, por meio do programa Inova Engenharia.

   Dados da confederação mostram que a evasão nos cursos de engenharia é superior a 50%, sendo que a maioria deixa a faculdade nos dois primeiros anos.   Para a entidade, se a economia brasileira crescer mais de 4,5% ao ano, a oferta desses profissionais ao mercado estará saturada em menos de dez anos.

   O Brasil, informou a CNI, forma menos engenheiros por ano do que a Rússia, a Índia e a China, integrantes do chamado Brics, grupo que também inclui a África do Sul.

   De acordo com a confederação, o Brasil forma a cada ano menos de 40 mil engenheiros, enquanto esse número chega a 120 mil na Rússia e a 300 mil na Índia.   Na China, o total ultrapassa 400 mil.

   Na última terça-feira (12), a presidente Dilma Rousseff, que está em viagem à China, anunciou um projeto de investimento da Foxconn no Brasil, no valor de US$ 12 bilhões (cerca de R$ 18,9 bilhões), na área de tecnologia da informação.   Segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, o investimento deverá gerar 100 mil empregos, entre eles, para 20 mil engenheiros.

Fonte: IE

Fundações e associações sem fins lucrativos vão poder remunerar dirigentes e ampliar leque de atividades

   O caminho para a profissionalização formal e definitiva de fundações e associações sem fins lucrativos com imunidade tributária foi aberto na quarta-feira (13) pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).   Projeto de lei autoriza as entidades reconhecidas pelo governo a pagarem salários a seus dirigentes e a atuarem em campos como segurança alimentar, desenvolvimento sustentável e habitação.

   O projeto tem como destino a Câmara dos Deputados.

   O relator do projeto aprovado na CCJ, senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), disse acreditar que, a partir dessa mudança, fundações e entidades com registro no Ministério da Justiça poderão melhorar sua gestão e atrair mais gente qualificada.

   Para gozar do benefício da remuneração, os dirigentes terão de atuar na gestão executiva e receber um valor fixado pelo órgão de deliberação superior da entidade - ouvido também o Ministério Público - e correspondente ao praticado no mercado em sua área de atuação.

   - Estamos aperfeiçoando aqui, sobretudo, a administração das fundações, que poderão ser profissionalizadas e dar elas um caráter mais de acordo com o momento de gestão em que vive o Brasil e o mundo - assinalou Crivella, que apresentou para votação um texto em substituição ao projeto original, de autoria do ex-senador Tasso Jereissati.

   Marcelo Crivella aproveitou o substitutivo.  Quando o relator de determinada proposta introduz mudanças a ponto de alterá-la integralmente, o Regimento Interno do Senado chama este novo texto de "substitutivo".   Quando é aprovado, o substitutivo precisa passar por "turno suplementar", isto é, uma nova votação. para ampliar um pouco mais o leque de atividades prestadas pelas instituições.   Assim, incluiu segurança alimentar nutricional; promoção do desenvolvimento sustentável; pesquisa científica e desenvolvimento de tecnologias alternativas; habitação de interesse social ao lado das já contempladas assistência social; cultura; educação; saúde; entre outras.

   A despeito dos argumentos do relator e de senadores como Francisco Dornelles (PP-RJ), a matéria recebeu críticas do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).   Para ele, a medida pode levar a uma espécie de terceirização das responsabilidades do Estado

   - Vamos deixar à iniciativa privada o que, no meu entender, é claramente uma tarefa do Estado brasileiro - advertiu o parlamentar, que foi o único contrário ao projeto, aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça em decisão terminativaÉ aquela tomada por uma comissão, com valor de uma decisão do Senado. Quando tramita terminativamente, o projeto não vai a Plenário: dependendo do tipo de matéria e do resultado da votação, ele é enviado diretamente à Câmara dos Deputados, encaminhado à sanção, promulgado ou arquivado.   Ele somente será votado pelo Plenário do Senado se recurso com esse objetivo, assinado por pelo menos nove senadores, for apresentado à Mesa.   Após a votação do parecer da comissão, o prazo para a interposição de recurso para a apreciação da matéria no Plenário do Senado é de cinco dias úteis. .   A matéria deve seguir, portanto, diretamente para a Câmara dos Deputados.   A proposta (PLS 310/06) já havia sido aprovada pelas Comissões de Educação, Cultura e Esporte (CE) e de Assuntos Econômicos (CAE).

   A aprovação do projeto foi defendida ainda pelos senadores José Pimentel (PT-CE), Marta Suplicy (PT-SP) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).  

   Na próxima reunião da CCJ, o substitutivo ao PLS 310/06 será submetido a turno suplementar de votação.

Fonte: Agência Senado

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Veículo militar da URSS do período da Guerra Fria com tração helicoidal


   Veículo militar russo com tração helicoidal Zil-29061 e Zil-4904 ambos datam da década de 1970 e são produtos militares da URSS no periodo da Guerra Fria.
  
   Ideal pra quem trafega em ruas sem pavimentação e com muitos buracos!  Este veículo parece ser a solução da "URSS Motors" para o terceiro mundo.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Brasil analisa contraproposta da ONU sobre mar territorial

   O governo brasileiro ainda não decidiu se aceita a proposta da Comissão de Limites da Plataforma Continental, de aumentar em cerca de 700 mil quilômetros o mar territorial brasileiro, ou se reitera o pedido de 950 mil quilômetros quadrados, feito em 2004 depois de um extenso levantamento que durou 18 anos e custou cerca de R$ 100 milhões.

   “A proposta da Comissão (grupo da ONU encarregado de analisar demandas de países interessados em garantir soberania sobre a plataforma continental) está sendo estudada pelos técnicos brasileiros e a decisão ainda não foi tomada”, disse o oficial da reserva da Marinha Alexandre Tagore Medeiros de Albuquerque, atual presidente da Comissão e assessor técnico da Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha brasileira.

   Ele disse que a tendência do grupo técnico que analisa a contraproposta da Comissão da ONU – embora seja presidente da comissão, ele não participou da análise deste caso – é de recusar a oferta da Comissão e refazer os argumentos técnicos para ter direito à área total pretendida inicialmente.

   “Mas claro que tudo depende da decisão política, que pode ser diferente”, afirmou.
Se aceito, o pedido brasileiro vai elevar para quase 4,5 milhões de quilômetros quadrados o mar territorial brasileiro, quase metade do território terrestre do país.

   A Marinha cunhou a expressão “Amazônia azul”, para designar a área, de potencial científico e econômico ainda desconhecido devido à falta de estudos sobre o mar.

   “O Brasil não conhece o mar.   Ainda é visto como fonte de lazer e de pesca, apenas.   É preciso investir para aprofundar o conhecimento sobre o mar”, diz o comandante reformado da Marinha Antonio José Teixeira.

Outras propostas
   Desde que foi criada, além da proposta brasileira, a Comissão já analisou as reivindicações da Rússia e da República da Irlanda.

   Estes países também já receberam os relatórios da Comissão com as contra-propostas, aceitando parcialmente a área reivindicada.   Até agora, nenhum país enviou a resposta concordando com a área oferecida ou reafirmando o pedido original.

   Austrália e Nova Zelândia, com interesse na Antártida, enviaram os estudos à Comissão com pleitos similares mas pediram que as propostas ficassem apenas arquivadas e não fossem analisadas por enquanto.

   O Tratado da Antártida, firmado em 1961, renovado em 1991 e revisado em 1998, congelou até 2048 as pretensões territorialistas.

   De acordo com o comandante Tagore, o interesse desses países é marcar posição e ter os estudos já prontos se um dia os acordos internacionais forem alterados para permitir a exploração comercial da Antártida.

   Foram enviados também para análise da Comissão os pedidos da Noruega, França (referentes ao departamento ultramarino de Guiana Francesa e à possessão de Nova Caledônia) e um pedido conjunto da Espanha, França, Irlanda e Reino Unido no golfo da Biscaia, no norte da Espanha.

'Balão de ensaio'
   Em outubro do ano passado, o jornal britânico The Guardian publicou uma reportagem afirmando que o governo britânico também está planejando entrar com um pedido de plataforma continental em ilhas britânicas próximas à Antártida, mas até agora o pedido não foi oficializado, de acordo com o presidente da Comissão.

   A reportagem provocou grande polêmica entre os países que têm base na Antártida, já que o Tratado não permite soberania sobre nenhuma área, mas a percepção é de que se trata de um “balão de ensaio” lançado para ver a reação dos outros países.

   Existe uma incerteza jurídica, de acordo com especialistas brasileiros, sobre os limites entre a Convenção da Onu sobre o Direito do Mar e o Tratado da Antártida se houver uma intersecção das zonas atingidas por eles.

   O entendimento dos países não territorialistas, como o Brasil, é que o limite para a reivindicação de território é o paralelo S60, onde começa o território da Antártida, até o pólo sul.

   Qualquer modificação no Tratado da Antártida tem que ser feito durante as reuniões anuais do grupo.  A próxima ocorre em São Petesburgo, na Rússia, em maio.

  “Vamos ver se eles se manifestam, porque às vezes saem algumas notícias que não são confirmadas pela chancelaria”, afirmou o comandante Eron de Oliveira Pessanha, encarregado da Divisão de Operações do Programa Antártico Brasileiro.

Fonte: Inesc
Matéria de 2008

Senado aprova acordo Brasil-França para produção de submarinos



   O Plenário do Senado aprovou nesta quinta-feira (5) acordo entre Brasil e França, firmado em dezembro de 2008, para cooperação na produção de submarinos.   O Projeto de Decreto Legislativo (PDS) 79/11 segue agora para promulgação.


   O acordo aprovado estabelece a cooperação bilateral no desenvolvimento e na construção de submarinos convencionais do tipo Scorpène (SBR), assim como de um submarino com armamento convencional destinado a receber um reator nuclear a ser desenvolvido pela parte brasileira (SNBR).


   O texto estabelece a compra pelo Brasil de quatro submarinos e a transferência de tecnologia, bem como a assistência francesa para a construção de um estaleiro de submarinos e de uma base naval.


   Durante a tramitação do acordo na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), o relator da matéria, senador João Pedro (PT-AM), observou que dois aspectos tornaram atraente para o governo brasileiro a proposta francesa: a necessidade de submarinos de propulsão nuclear para a vigilância mais adequada das águas profundas da plataforma continental brasileira, onde se encontra a camada pré-sal; e a decisão da França de fazer a transferência de tecnologia.


   Segundo João Pedro, a Marinha considera que tais submarinos podem permanecer submersos por períodos mais longos, sendo mais adequados para a vigilância em águas profundas.

FONTE:Agência Senado e Poder Naval

Conjunto habitacional com mais de dois mil apartamentos na China contará com piscinas e parques suspensos

Mauricio Lima

   Está em construção, na cidade de Qinhuangdao, na China, o projeto do escritório do arquiteto Moshe Safdie para um conjunto habitacional com aproximadamente 2,4 mil apartamentos. De acordo com o escritório, as obras deverão ser finalizadas em 2014 pela construtora Kerry Properties.

Divulgação: Moshe Safdie
Fachadas dos edifícios serão todas em vidro e não bloquearão vista para o mar

   O conjunto habitacional é uma releitura do projeto Habitat 67, desenvolvido para Montreal, no Canadá, que consiste em várias unidades habitacionais empilhadas umas sobre as outras.   O projeto atual consiste em edifícios de 30 pavimentos, em forma de "L", que aparentam ser empilhados.
Todas as fachadas dos edifícios serão de vidro, com algumas partes em concreto na cor branca. Cerca de 45% dos apartamentos terão varandas abertas e com espaço para mobília, enquanto outras não terão área exterior.

   Com a distribuição proposta, os edifícios terão vãos que contarão com piscinas e parques suspensos.   Entre os edifícios, passarelas devem possibilitar o trânsito entre todos os prédios.   Ainda, haverá casas no nível térreo, todas com telhados verdes, à frente dos edifícios principais.   O arquiteto destaca o fato de que o projeto não bloqueia a vista para o mar e por isso teve aceitação mais fácil entre as autoridades japonesas.

   Até chegar ao projeto final, o escritório de Safdie realizou outras quatro releituras do Habitat 67, sempre levando em consideração a necessidade de muitas unidades habitacionais em pouco espaço, mas que fossem dispostas de modo harmônico para os habitantes.

Divulgação: Moshe Safdie
Distribuição dos edifícios cria vãos entre eles
Divulgação: Moshe Safdie

Divulgação: Moshe Safdie

Divulgação: Habitat 67
Novo conjunto é um releitura do Habitat 67, em Montreal

Fonte: aU

Arábia Saudita terá arranha-céu com mais de um quilômetro de altura



   A Arábia Saudita aprovou a construção da Kingdom Tower, o primeiro arranha-céu com 1.600m de altura.   A torre será construída na cidade litorânea de Jeddah, e deve custar absurdos US$30 bilhões.

   A estrutura terá um conjunto de andares só para escritórios, na parte inferior; acima deles, um hotel; e apartamentos residenciais nos andares superiores.   Para além dos 1.000m de altura, o edifício terá soluções de “geração de energia alternativa” e um pêndulo para evitar que ele despenque.   A imagem abaixo mostra isso melhor.

   É até difícil imaginar como este edifício será gigantesco: o Burj Khalifa, em Dubai (Emirados Árabes Unidos) é o maior edifício do mundo atualmente e tem 828m de altura – a Kindgom Tower será duas vezes mais alta.



Fonte: IE

segunda-feira, 11 de abril de 2011

    A Volkswagen do Brasil inicia no país a venda do Passat CC R-Line, que foi apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro.   O novo modelo é o primeiro desenvolvido pela Volkswagen R Gmbh - subsidiária da marca especializada no desenvolvimento de carros esportivos e exclusivos, a ser comercializado no Brasil.

Volkswagen Passat CC R-Line (Foto: Divulgação)
 
   Visualmente, a novidade é diferenciada pelos spoilers dianteiro e saias laterais da mesma cor da carroceria, rodas de liga leve de 18 polegadas tipo "Mallory" e lanternas traseiras escurecidas.   Há ainda de série volante multifuncional, soleiras das portas personalizadas e sistema de auxilio estacionamento com câmera de ré.

Volkswagen Passat CC R-Line (Foto: Divulgação)
 
   O restante dos itens são os mesmo do pacote do Passat CC “comportado”, como comando de trocas de marchas por meio das teclas junto ao volante, display multifuncional , seis airbags, freio de estacionamento eletrônico , sensor de chuva e acendimento automático dos faróis e ACC – Controle Automático de Velocidade e Distância.

Volkswagen Passat CC R-Line (Foto: Divulgação)

Fonte: G1

Mais uma maravilha da engenharia alemã com fortes traços da Bauhaus

Alberto C. Filho

Volkswagen revela novo sedã de luxo Phaeton

 
    A Volkswagen revelou imagens e informações sobre a nova versão do sedã de luxo Phaeton, que teve alterações no visual e nos motores.

   Na dianteira, os faróis bi-xenon foram redesenhados e agora trazem sistema de iluminação diurno por LEDs.   A grade frontal e o capô também sofreram mudanças visuais.   Na traseira, as lanternas receberam novo layout.



   De itens de série, o novo Phaeton vai introduzir um sistema de freio chamado Dynamic Light Assist, baseado em uma câmera que vê sinais de trânsito e ajusta o limite de velocidade, tudo indicado no painel de instrumentos, que também será integrado a um sistema de navegação.

   Além disso, um sistema de som com 12 alto-falantes, geladeira embutida, bancos de couro com ajustes elétricos, quatro zonas climáticas, volante multifuncional e acesso à internet também estarão no sedã.



   De motores, o sedã vai manter o V6 de 3.6 litros, que gera 280 cv, o V8 4.2 litros (335 cv) e o W12 6.0 litros (450 cv). Haverá, ainda, uma opção a diesel V6 3.0 litros com 240 cv de potência.
 
Fonte: Quatro Rodas


 

Nos cem dias de Dilma Rousseff, FHC propõe oposição menos agressiva do que foi com o ex-presidente Lula


Dilma e FHC no jantar com Barack Obama no Itamaraty (Foto: Beto Barata/Agência Estado)
 
   O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avalia que, nestes primeiros cem dias do governo Dilma Rousseff, o que mais se notou foi a substitutição do estilo “popular-tonitruante” de Luiz Inácio Lula da Silva pela fala “tecnocrática-comedida” da atual presidenta.

   Na entrevista abaixo ao Poder Online, feita por email, FHC afirma que Dilma Rousseff, nestes cem dias, abandonou sua imagem antiga, “carrancuda e autoritária”,  e adotou o estilo de uma “senhora quase bonachona, embora cortante quando necessário”.

   Fernando Henrique mostra simpatia pela atual presidenta, e o mesmo mal estar dos últimos anos com Lula.
Dito isto, o ex-presidente tucano propõe: a oposição a Dilma Rousseff deve ser menos agressiva, “o que ajudará a melhorar nossos costumes políticos”.

Poder Online – Qual sua avaliação sobre estes  primeiros cem dias do governo Dilma Rousseff?
Fernando Henrique Cardoso - É difícil julgar um governo pelos cem primeiros dias, pois a opinião pode ser mero preconceito ou, ao contrário, uma visão que se pensa que é objetiva mas pode ser precipitada. Talvez se possa falar mais apropriadamente do “estilo de governar” do que das políticas do governo.  Neste sentido, o contraste entre  o estilo “popular-tonitruante” de Lula e a fala tecnocrática-comedida de Dilma seja o que mais se nota.

Poder Online – E como o senhor classificaria o estilo Dilma?
Fernando Henrique Cardoso - Vê-se que a presidente entendeu que no mundo contemporâneo a imagem conta muito: apresenta-se elegante e sorridente, não se poupando de posar para os fotógrafos. E no lugar da carrancuda e autoritária Dilma aparece uma senhora quase bonachona, embora cortante quando necessário.

Poder Online – Esse estilo é melhor ou pior do que o do ex-presidente Lula?
Fernando Henrique Cardoso – Como o país, ou melhor as elites atentas à mídia pareciam cansadas do estilo anterior, a sensação é de “normalidade”, quase alívio: menos piruetas verbais, menos escorregões retóricos que levam a opiniões superficiais e mesmo absurdas, do que as que ouvíamos no passado recente. Mas atenção: estilo não quer dizer substância das políticas.   O caso da Vale mostra que continua a tendência à ingerência do governo em matéria econômica que não lhe diz respeito.   E a proclamada austeridade fiscal se choca com a continuidade de transferências de recursos do Tesouro (na verdade empréstimo tomados no mercado) para o BNDES subsidiar as “empresas vencedoras”, escolhidas pelo governo para serem as condutoras do crescimento econômico.

Poder Online – Como foi o seu encontro com ela durante aquele almoço com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama?
Fernando Henrique Cardoso – Meu encontro com a presidente no almoço do Obama, assim como o encontro anterior em uma homenagem ao jornal Folha de S.Paulo, foi simpático e atencioso.  Pessoalmente só recebi gentilezas de alguém que durante o passado teve apenas encontros breves comigo e não amizade. Já o Lula …

Poder Online – E a oposição à Dilma? Deve ser diferente da oposição feita ao ex-presidente Lula?
Fernando Henrique Cardoso – Talvez ela requeira menos agressividade, posto que no governo anterior o PSDB foi definido como “inimigo”, e eu como a personificação do diabo.   Menor agressividade não quer dizer menos clareza na crítica, quando for o caso, mas talvez seja possível dizer com maior objetividade no que e por qual motivo discordamos, o que ajudará a melhorar nossos costumes políticos e a permitir que as pessoas conheçam melhor a razão pela qual apóiam ou discordam de tal ou qual decisão do governo.

Fonte: Ig

sábado, 9 de abril de 2011

Pianista Valentina Lisitsa




   O nome da maravilhosa pianista é Valentina Lisitsa, nasceu em Kiev (1973), começou a tocar aos três anos e com quatro deu seu primeiro recital a solo.   Valentina não pensava numa carreira musical, ela sonhava ser jogadora profissional de xadrez.   No Conservatório de Kiev conheceu o seu marido Alexei Kuznetsoff,  que a fez pensar mais seriamente na carreira musical.

Lei n° 3.359 de 07/01/02 - Depósitos para internação de pacientes em hospitais da rede privada.

Foi publicada no DIÁRIO OFICIAL em 09/01/02, A Lei de n° 3.359 de 07/01/02,
que dispõe:
Art.1° - Fica proibida a exigência de depósito de qualquer natureza, para
possibilitar internação de doentes em situação de urgência e emergência, em
hospitais da rede privada.
Art . 2° - Comprovada a exigência do depósito, o hospital será obrigado a
devolver em dobro o valor depositado ao responsável pela internação.
Art. 3° - Ficam os hospitais da rede privada obrigados a dar possibilidade
de acesso aos usuários e a afixarem em local visível a presente lei.
Art. 4° - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Divulguem esta informação é de utilidade pública.
Alberto C. Filho

Fonte: Email recebido por Dra. Paula

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Coração artificial brasileiro aguarda autorização do Ministério da Saúde para ser implantado em pacientes.

O Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia aguarda o aval do Ministério da Saúde para implantar o primeiro coração artificial brasileiro em pacientes. O aparelho foi desenvolvido ao longo de dez anos, com bezerros como cobaias.

O modelo nacional não substitui o coração natural, mas funciona como órgão auxiliar. Por isso, Segundo o coordenador do Centro de Engenharia do instituto, Aron José Pazin de Andrade, “a cirurgia de implantação é mais simples, uma vez que não tem que tirar o coração do paciente. E a adaptação do paciente ao aparelho é mais fácil, porque o controle da frequência cardíaca do artificial é mais fácil”.

Como toda a pesquisa foi financiada por órgãos públicos, o coração artificial brasileiro deverá custar apenas um quinto dos equivalentes fabricados no exterior, variando entre US$ 30 mil e US$ 60 mil.

O aparelho permite aumentar o bem-estar e dar uma sobrevida aos paciente. “Toda a carga de bombeamento é o artificial que faz. O natural bombeia para dentro do artificial e o artificial bombeia para fora”, detalha Andrade.

Apesar do incômodo causado aos pacientes pela parte do órgão que fica fora do corpo, ele garante que o equipamento trará uma melhora significativa na qualidade vida dos pacientes. Uma caixa um pouco maior que um maço de cigarros contendo a bateria do coração fica sobre a pele do usuário. “Lógico que não vai ter uma vida normal, porque tem o aparelho pendurado, mas vai ter uma condição de sobrevida muito melhor enquanto espera o transplante”.

Assim que for aprovado pelo ministério, o coração artificial deverá passar a ser implantado gratuitamente nos pacientes do Dante Pazzanese. De acordo com Andrade, a expectativa é que em seguida o procedimento possa ser realizado também na rede do Sistema Único de Saúde (SUS).

O desenvolvimento do coração artificial foi financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo(Fapesp), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e pelo Ministério da Saúde.

Fonte: IE