quinta-feira, 30 de junho de 2011

China inaugura a mais longa ponte sobre o mar do mundo.

    A China inaugurou nesta quinta-feira (30) a mais longa ponte sobre o mar do mundo, com 36,48 quilômetros, na cidade litorânea de Qingdao, informou a agência oficial "Xinhua".

   A ponte, que teve investimento de US$ 2,3 bilhões e levou quatro anos para ser construída, liga o centro da cidade ao seu subúrbio de Huangdao, nos dois lados da baía de Jiazhou.

   Com esta ponte, a distância entre os dois pontos de um dos principais portos da China - e sede das competições de vela nas Olimpíadas de 2008 - poderá ser percorrida com redução de 20 a 40 minutos.

Vista geral da ponte em Qingdao, na China, que tem 36 km de extensão e levou quatro anos para ser construída (Foto: China Daily / Reuters)
Vista geral da ponte em Qingdao, na China, que tem 36,4 km de extensão e levou quatro anos para ser construída (Foto: China Daily / Reuters)
 
   A nova ponte supera a da baía de Hangzhou, também no leste da China e que com 36 quilômetros era considerada a mais longa do mundo até hoje.

   Há várias pontes sobre terra mais longas no mundo, sendo que as três primeiras também estão na China. A maior delas é um lance elevado do trem de alta velocidade Pequim-Xangai, de 164,8 quilômetros, serviço que também foi inaugurado hoje.

   A leva de novas obras de infraestrutura chinesas se completou nesta quinta-feira com a inauguração do mais longo gasoduto do mundo, que levará o gás natural desde o Turcomenistão, na Ásia Central, até a China, em percurso de 8.700 quilômetros.

   O gasoduto foi construído com investimento US$ 21,98 bilhões e é o segundo que levará gás natural da Ásia Central ao leste da China.

   As inaugurações coincidem com o 90º aniversário do Partido Comunista da China, fundado em 1º de julho de 1921. A data será lembrada com atos comemorativos no Grande Palácio do Povo, em Pequim, e em muitas outras cidades do país asiático.

Fonte: G1

   Hoje a China possui uma engenharia civil de altíssima qualidade e elevadíssima precisão, além de uma mão-de-obra altamente disciplinada.    As maiores obras do mundo estão sendo realizadas em território chinês, como a maior malha maglev do mundo, a maior hidrelétrica do mundo que fica no Rio Amarelo, a maior ponte pênsil e o maior aeroporto do mundo que se localizam em Hong Kong, como os exemplos desta ponte e das pontes citadas na reportagem.   
   Acorda Brasil!!

Dr. Alberto C. Filho

terça-feira, 28 de junho de 2011

Decisões do STF são submetidas à aprovação do Congresso

Nazareno Fonteles
Nazareno Fonteles: conhecimento jurídico não é fator de legitimação popular.
 
   A Câmara analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 33/11, do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), que prevê aprovação do Congresso Nacional das súmulas vinculantes, das ações diretas de inconstitucionalidade (ADI) e das declaratórias de constitucionalidade (ADC) emitidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).   O projeto também amplia de seis para nove o número mínimo de ministros do STF necessários para declarar a inconstitucionalidade de normas.

   Segundo o autor, a proposta visa diminuir o ativismo judicial do Supremo.   “Em prejuízo da democracia, a hipertrofia do Judiciário vem deslocando do Legislativo boa parte do debate de questões relevantes, como as ações afirmativas de cotas raciais e a questão das células-tronco”, afirma Fonteles.   De acordo com ele, essas decisões não possuem legitimidade democrática porque não passaram pelo exame do Congresso.

Súmula vinculante
   Pela PEC, será necessária a aprovação de 9 dos 11 ministros (4/5 do total) do Supremo para a publicação da súmula, que deverá ser remetida ao Congresso Nacional para aprovação, por maioria absoluta, de seu efeito vinculante, em até 90 dias.   Atualmente, a decisão é tomada por, no mínimo, 8 ministros (2/3 do total) e tem efeito vinculante a partir da data da publicação.

   Caso o Congresso não tome nenhuma decisão no prazo de 90 dias, a súmula terá efeitos vinculantes.   A proposta enfatiza que a súmula deve se basear somente nas decisões precedentes, sem extrapolar para outras possíveis situações.   Segundo o autor da proposta, a alteração é semelhante à apreciação dos vetos presidenciais pelo Legislativo e não viola a separação de poderes.

   “A súmula vinculante vem sendo utilizada como um ‘cheque em branco’.   Há um desapego do Supremo aos contornos dos casos precedentes, bem como à necessidade de reiteradas decisões para que se edite uma súmula”, afirma Fonteles.

ADI e ADC
   Para que as ações diretas de inconstitucionalidade e as declaratórias de constitucionalidade tenham efeito vinculante, elas precisarão ser aprovadas por 3/5 dos membros do Senado e da Câmara em até 90 dias.   A PEC também veda a suspensão de eficácia de emenda constitucional por medida cautelar pelo STF.
Atualmente, as ações do Supremo têm efeito vinculante imediato.

   Se o Congresso não decidir no prazo de 90 dias, as ações terão efeitos vinculantes.   Caso o Congresso se posicione contra a decisão do STF, a questão irá para consulta popular.   “Havendo divergências entre a posição dos juízes e dos representantes do povo, caberia ao próprio povo a última palavra”, diz Fonteles.
O parlamentar lembra que a Constituição já prevê a atuação do Senado na suspensão da execução de lei declarada inconstitucional pelo Supremo em controle de constitucionalidade.

Inconstitucionalidade
   A PEC também amplia de seis para nove o número mínimo de ministros do STF para declarar a inconstitucionalidade de normas. “A opinião de apenas seis juízes, por mais cultos que sejam, não pode sobrepor a soberania popular, pois conhecimento jurídico não é fator de legitimação popular”, afirma o deputado.

   De acordo com Fonteles, deve haver nas decisões de inconstitucionalidade uma “nítida e clara homogeneidade” no entendimento do Supremo.

Tramitação
   A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania vai analisar a admissibilidade da PEC.   Caso aprovada, será criada uma comissão especial para analisar o mérito da proposta.   Em seguida, a matéria será votada em dois turnos pelo Plenário.

Fonte: Câmara dos Deputados
           Brasília - DF

Senado inaugura Ouvidoria e dá posse a Flexa Ribeiro como ouvidor


[Foto: Jane de Araújo / Agência Senado]
   Os cidadãos agora dispõem de um novo espaço para apresentar suas críticas e sugestões quanto às atividades do Senado.   Trata-se da Ouvidoria do Senado, inaugurada em cerimônia realizada na manhã desta terça-feira (28) no gabinete da presidência da Casa.   Durante a solenidade, tomou posse como primeiro ouvidor-geral o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA).

   Indicado em abril pelo presidente do Senado, José Sarney, para um mandato de dois anos, Flexa Ribeiro destacou que o principal desafio será despertar "um sentimento de confiança nos cidadãos".

- Nós vamos ter a missão de desenvolver no cidadão brasileiro esse sentimento de que suas manifestações serão aqui acolhidas e terão credibilidade, transparência e celeridade nas respostas - afirmou o senador.
   O ouvidor também acredita que o órgão contribuirá para fortalecer a imagem da instituição.
- Esse trabalho vai levar ao cidadão brasileiro a transparência do Senado Federal e, com isso, ele terá a informação correta das atividades da Casa e o Senado ganhará credibilidade junto à sociedade - disse o senador.

   Dar transparência às atividades da Casa também é, na avaliação do presidente do Senado, José Sarney, o principal objetivo da Ouvidoria, que agora se soma, segundo ele, a outras iniciativas que vão na mesma direção, como o Portal da Transparência, os veículos de comunicação da Casa e o serviço Alô Senado.

- Nós vamos ter um instrumento capaz de atender a todas as solicitações do povo brasileiro a respeito de tudo que ocorre na Casa - sublinhou.

   Sarney também lembrou que, quando foi presidente da República, criou a primeira ouvidoria no âmbito do governo federal e que nomeou como primeiro titular do cargo o atual diretor da Secretaria de Comunicação Social do Senado (Secs), Fernando César Mesquita.

   Além de dar encaminhamento às sugestões, denúncias, elogios e pedidos de informações da sociedade, tendo até 30 dias para respondê-las, também caberá à Ouvidoria sugerir mudanças visando ao controle social e ao aperfeiçoamento da organização do Senado.

   A Ouvidoria do Senado foi criada pelo Ato 05/2005, da Comissão Diretora, com o objetivo de ser um canal direto e permanente entre a sociedade e a instituição.   O órgão vai contar com página própria no Portal do Senado e terá apoio técnico da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secs) para desenvolver suas atividades.

   As reclamações, críticas, comentários, elogios, pedidos de providências e sugestões poderão ser encaminhadas por meio dos seguintes canais:

·Página da Ouvidoria na internet: www.senado.gov.br
·Carta: Senado Federal - Praça dos Três Poderes - Palácio do Congresso, Anexo 2, Bloco A, Térreo, sala da Ouvidoria. Brasília-DF. CEP 70165900
·Formulários distribuídos pela Ouvidoria.   Devem ser depositados nas urnas disponíveis no Senado.
·Alô Senado: 0800-612-211 (opção - Fale com a Ouvidoria)

Fonte: Rodrigo Baptista / Agência Senado

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Lelé apresenta mais detalhes dos projetos para o Minha Casa, Minha Vida


   Lelé foi convidado pela presidente Dilma Roussef para rever e apresentar uma solução ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.   Conhecido pela Rede Sarah de Hospitais e Tribunais de Contas da União, um dos maiores especialistas brasileiro na pré-fabricação apresentou dois projetos, inicialmente detalhados para regiões de favelas de Salvador - a urbanização de Pernambués, com ocupação mista de apartamentos e casas geminadas, e o conjunto habitacional para Cajazeiras.   Mas as soluções podem ser adaptadas a qualquer parte do País.

Divulgação: IBTH
Projeto do arquiteto para a favela de Cajazeiras


   "O programa tem de levar em conta as diversas tipologias brasileiras, típicas de cada lugar, inclusive topográficas.   No caso de Salvador, a topografia dificulta muito a implantação de um prédio convencional, conforme está sendo feito", explica.   Desenvolvida e apresentada em janeiro, a proposta está ainda à espera da superação de entraves burocráticos para ser implementada.

   Os prédios propostos são de estrutura mista metálica com argamassa armada.   Todas as peças, inclusive as metálicas, são montadas manualmente.   "A peça mais pesada, uma laje que vence 2,70 m de vão, pesa 86 kg, o que permite que duas pessoas a montem manualmente", explica Lelé.

   A proposta para Pernambués, além das unidades habitacionais, inclui creche, escola, área de lazer. "Habitação não é só o lugar onde você mora, é um conjunto de coisas que fazem você sobreviver, inclusive o trabalho.   Em Salvador, onde a economia informal tem um peso forte, é impossível pensar uma proposta como essa sem levar em consideração todos os parâmetros", avalia.

Divulgação: IBTH
Proposta do arquiteto para favela de Pernambués

   Lelé pretende realizar o projeto pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Habitat, sem fins lucrativos, que criou há dois anos em Salvador, cujo objetivo, além da pesquisa, é a realização de obras públicas com a pré-fabricação.   Segundo Lelé, um programa de abrangência nacional como este requer industrialização e qualidade, o que só se consegue com tecnologia.   E disso, ele entende.

Confira, a seguir, entrevista com o arquiteto e mais imagens dos projetos:
Como foi seu trabalho para o Minha Casa, Minha Vida?
   Fiz uma análise do programa para o caso de Salvador, onde a topografia dificulta muito a implantação de um prédio convencional, conforme está sendo feito.   A proposta não é tirar as pessoas do local, é refazer, com o apoio de uma fábrica.

De que forma a fábrica trabalharia?    As casas têm de ser bem feitas, industrializadas.   Montaríamos uma mini-usina em cada local, para atender uma demanda de 300 unidades e uma população de 2 a 2,5 mil pessoas.   A mini-fábrica, que pode ser desmontável e transportada para outro local, tem capacidade para fazer 40 apartamentos em 45 dias.

Qual é o sistema construtivo?
   Um sistema misto de aço com argamassa armada.   São construções com até quatro pavimentos, como as que eles constroem hoje, e até com uma pequena oficina no quarto nível, pois essa população vive muito do que produz em casa.   A proposta contempla a forma de vida que eles adotam hoje, dando-lhes conforto.   O bondinho sobre trilhos, por exemplo, leva os moradores morro acima, evita que eles subam 40 metros feito cabritos.

As pessoas da comunidade poderiam trabalhar para fazer as suas próprias moradias, ou é necessário mão de obra qualificada?
   A gente qualifica a mão de obra num instante.   A qualificação é pequena porque, a rigor, trata-se de um jogo de armar que se aprende com rapidez.   Lógico que há os instrutores.   O que estamos propondo é a racionalização da construção nos mínimos detalhes, nada é improvisado.   Um tipo de construção que vai se multiplicando e que pode ser repassada para qualquer pessoa, e para as empresas.

Projeto Cajazeiras
Divulgação: IBTH

Divulgação: IBTH

Divulgação: IBTH

Projeto Pernambués
Divulgação: IBTH

Divulgação: IBTH

Divulgação: IBTH

Divulgação: IBTH

Divulgação: IBTH

Fonte: aU

domingo, 26 de junho de 2011

Projeto de Rafael Viñoly para centro de artes visuais será inaugurado em setembro no Reino Unido

   O projeto do arquiteto Rafael Viñoly para um novo centro de artes visuais deverá ser inaugurado no dia 25 de setembro de 2011.   O "firstsite" será o local para exibição do trabalho de longa data feito pela organização de mesmo nome.   O edifício está localizado na cidade de Colchester (Reino Unido), em um terreno limitado pela parede romana que existe na cidade.

Divulgação: Rafael Viñoly
Fachada será composta por painéis metálicos


   O empreendimento de 3,2 mil m² contará com galerias para exposição e receberão trabalhos da Universidade de Essex, assim como salas de aula para crianças e estudantes, um bar/restaurante e um auditório com capacidade para 190 pessoas.   O edifício ficará aberto diariamente, com entrada gratuita.

   No centro da edificação ficará o Mosaico Romano de Berryfield, recém-restaurado, e que data aproximadamente do ano 200.   O mosaico foi encontrado no mesmo terreno onde o firstsite está sendo construído e estava no castelo de Colchester, sendo a única peça em exibição permanente do centro.

   A ideia do projeto foi criar um grande espaço público e áreas de parque que se relacionassem com as ruínas romanas do local.   O edifício pode ser caracterizado como meio círculo, com as pontas com fechamento em vidro.   No norte do edifício, o telhado é um pouco mais alto, seguindo a linha do terreno.   A fachada é formada por paineis de alumínio e cobre na cor dourada.   A fundação do tipo radier não deve afetar o sítio arqueológico local.

Divulgação: Rafael Viñoly

Divulgação: Rafael Viñoly

Fonte: aU

Águas subterrâneas do rio Mapocho irão refrigerar empreendimento no Chile


 


   O Parque Titanium, composto por três edifícios comerciais em execução no bairro El Golf, em Santiago, é a grande aposta chilena no uso de energia geotérmica para climatização do ambiente.   Sob uma área de 60 mil m² onde o empreendimento é erguido, passam águas do Rio Mapocho a uma temperatura praticamente constante de 15ºC.   O degelo da cordilheira dos Andes colabora para a manutenção da baixa temperatura no verão.   Essa água subterrânea será utilizada para refrigerar o interior das três torres planejadas.

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   As duas primeiras torres do empreendimento, em forma triangular, são erguidas em ritmos distintos. A primeira, mais avançada, será inaugurada na metade de 2012 e a segunda, recém saindo da etapa de fundações, no final do mesmo ano.   Em 2013 estará concluída a terceira edificação.   O projeto de desenvolvimento imobiliário leva a assinatura do arquiteto chileno Abraham Senerman.

   Segundo o arquiteto Andrés Weil, responsável pelo andamento do projeto, a água coletada num volume de 280 l/s será utilizada para a refrigeração antes de ser injetada no aquífero a 100 m de profundidade.   Proibida para consumo, ela pode ser utilizada para gerar refrigeração.   Antes de ser injetada, essa água passa por "intercambiador" de calor localizado no subterrâneo, que esfria os equipamentos VRV (volume de refrigeração variável) localizados nos diversos andares.

   O sistema deve permitir a redução do consumo de energia elétrica, um dos requisitos para a obtenção da certificação Leed de sustentabilidade.   Segundo Weil, o sistema de climatização é de última geração, mas não deixa de ser convencional.   Funciona por volume de refrigeração variável (VRV),  podendo estabelecer a climatização do ambiente levando em conta a temperatura de distintos recintos.   Cada andar dos edifícios terá duas máquinas do tamanho de um frigobar, que se encarregarão de manter a refrigeração distribuída internamente por dutos.

   Segundo Weil, o sistema substitui outros procedimentos mais comuns que utilizam mais energia para levar essa água ao topo do edifício.   De acordo com cálculos do arquiteto, em relação ao sistema convencional de refrigeração, os VRVs geram uma economia de consumo de energia de 60% e os VRVs que utilizam água, 90%.   "A geotermia foi um presente que nós recebemos por estar ao lado do Rio Mapocho", diz Weil.   Mas sua utilização não se restringe a essa situação, e por isso o arquiteto indica aos seus pares considerar a possibilidade de fazer uso dela em seus projetos.   No Chile, alguns edifícios já utilizam esse tipo de energia.

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Fonte: téchne

Riscos da superdemanda de obras - Indústria da construção civil atravessa um ciclo de prosperidade nos negócios, mas também de temeridades do ponto de vista técnico.



   O Conselho Editorial da revista Téchne, publicada pela Editora PINI, tem acompanhado com interesse e entusiasmo o ciclo virtuoso pelo qual passa a cadeia produtiva da indústria da construção civil.   Retomada de investimentos públicos, atração de recursos financeiros internacionais, sofisticação dos negócios e dos instrumentos de gestão, expansão geográfica das incorporadoras e construtoras, valorização dos profissionais e melhoria da remuneração são alguns dos aspectos positivos neste novo cenário, que ganhou força a partir de 2006.

   
Marcelo Scandaroli

   Após décadas de desconfiança do mercado financeiro e do governo federal em relação à industria da construção civil formal, o setor voltou a cumprir um papel decisivo no processo de retomada do crescimento da economia.   Isso tem ocorrido tanto no que se refere à infraestrutura quanto na área imobiliária, beneficiada por melhorias no ambiente jurídico e institucional, pela abertura de capital de grandes incorporadoras e construtoras, redução de carga tributária, maior disponibilidade de crédito e o lançamento de programas para habitação de interesse social, caso do Minha Casa, Minha Vida, em 2009.

Lacuna de gerações
   O período de estagnação da indústria da construção civil formal - entre o início da década de 1980 e meados da década de 2000 - deixou marcas mais profundas do que se poderia imaginar.   Uma das mais perceptíveis consiste na migração de algumas gerações de engenheiros civis para outros setores da economia, com destaque para o mercado financeiro.   Tal fenômeno criou uma lacuna de profissionais atuantes que, após a retomada dos negócios, começou a ser fortemente notada.   Onde estão, afinal, os engenheiros civis, com boa experiência profissional, que possuem entre 30 e 45 anos de idade?   Poucos são vistos nos canteiros de obras.

   Outras decorrências das décadas de hibernação econômica referem-se ao atraso no processo de mecanização e industrialização dos canteiros de obras, o pouco interesse pela profissionalização da mão de obra, o desaparecimento e/ou enfraquecimento dos grandes escritórios de projeto, o maior distanciamento dos arquitetos do processo de execução das obras, os poucos investimentos da indústria de materiais de construção em produtos e tecnologias.

Graves consequências
   Ocorre que, após a forte retomada de negócios, o setor se viu despreparado para atender a uma demanda antes inimaginável, só comparada ao auge do chamado "milagre brasileiro" e suas grandes obras de infraestrutura e do apogeu do Banco Nacional da Habitação (BNH).   Faltas pontuais de materiais, dificuldade para contratação de mão de obra e o despreparo para imprimir um novo modelo de gestão, capaz de suportar um número maior de canteiros com dimensões bastante superiores, têm sido algumas das dificuldades encontradas.

   Uma realidade que se alterou de forma drástica em um espaço de tempo tão reduzido tende a produzir alguns resultados pouco aprazíveis, que já podem ser notados nos canteiros de todo o País: aparecimento precoce de patologias nas construções, crescimento do número de acidentes de trabalho, atraso no cronograma das obras e queda da qualidade do produto final, com repercussão imediata e intensa nos grandes veículos de comunicação e nas mídias sociais da internet.

Marcelo Scandaroli
   Preocupado com essa situação, o Conselho Editorial da revista Téchne decidiu dividir com o meio técnico algumas das principais preocupações em relação à forma como os empreendimentos têm sido planejados, projetados e executados.   O objetivo é levantar a discussão sobre alguns pontos que precisam ser equacionados sob pena de ocorrências graves nos próximos anos, o que poderia acarretar grandes prejuízos para toda a sociedade brasileira.

   Não se trata aqui de promover a generalização, que não caberia para um universo de empresas como as que compõem a cadeia produtiva da construção civil.   Não se trata também de eleger ou perseguir culpados.   Propõe-se apenas encarar de frente questões de âmbito setorial, que dependem da atuação de diferentes elos da cadeia produtiva para serem equacionadas.   Cada um dos pontos a seguir merece uma discussão técnica específica, de maior profundidade.   Coube ao Conselho apenas levantá-los para a discussão.

Insuficiência de estudos geotécnicos
   A pressa somada à ingenuidade ou à irresponsabilidade técnica tem pressionado construtores a iniciar a etapa de fundações de empreendimentos sem estudos adequados do solo e, em alguns casos, com laudos de empresas de qualificação duvidosa.

   Podemos dizer que quase se trata de um "vício técnico".   A amostragem por comparação é regra, não exceção.   Os dados sobre terrenos e áreas vizinhas são usados para se executar um número de sondagens muito inferior ao que se deveria, mesmo tratando-se de algo previsto em norma técnica.

Falhas em projetos
   Os escritórios de projeto estão atolados.   A capacidade de gerar trabalhos de qualidade está ameaçada tanto pelo volume quanto pelos prazos a que estão submetidos.   O segmento não foi capaz de atrair corpo técnico nem de fazer a sucessão de gerações.   Ou seja, não há projetistas suficientes, no momento, com experiência para lidar com projetos complexos.   A isso tudo soma-se a busca desenfreada pela redução de custos, que leva à utilização "cega" de programas de computador, sem uma base conceitual técnica e criteriosa.   São comuns relatos como:
- o cálculo não levou em consideração peculiaridades do planejamento das estruturas que podem submetê-las a carregamentos e esforços de trabalho não previstos em idade mais jovem;
- edifícios mais delgados não foram devidamente analisados quanto aos esforços; 
- nas estruturas mistas, as interações de forças entre materiais diferentes não receberam os devidos cuidados, afetando vedações, revestimentos e outros sistemas da edificação.

Coordenação falha de projetos
    A velocidade e o volume dos empreendimentos tornaram mais crítico o planejamento das construtoras, demandando urgentemente, nessas empresas, a implantação de um modelo de sistema de gestão e coordenação dos projetos.   Na escala atual, a falta de integração e as improvisações decorrentes de um planejamento inicial malconcebido provocam prejuízos durante a execução e potenciais patologias durante a vida útil da edificação.

Concreto não-conforme
   É fato notório no meio técnico que muitos concretos fornecidos não atingem a resistência característica à compressão determinada nos projetos estruturais.   A polêmica envolve construtores, fornecedores de concreto, projetistas e laboratórios.   É preciso, entretanto, sairmos do estágio de apontar culpados e entrarmos em uma nova etapa, de providências técnicas de âmbito setorial.

Falta de checagem das estruturas
   A velocidade e o volume das obras não constituem desculpas para o descaso com procedimentos básicos em um canteiro de obras.   É uma questão de responsabilidade profissional, técnica e, inclusive, jurídica.   Os novos profissionais que chegam agora ao mercado precisam ser devidamente orientados para evitar erros grosseiros de execução.

Marcelo Scandaroli

Despreparo dos engenheiros de obras
   A lacuna de várias gerações de profissionais que migraram para outros setores da economia obrigou as empresas a apostar em uma leva de novos engenheiros.   Há excelentes técnicos em formação, mas muitos deles têm assumido desafios incompatíveis com a sua experiência e, muitas vezes, até com a sua capacitação.   Em meio à superdemanda de produção, o tempo para treinamento torna-se ainda mais escasso, e a formação dos engenheiros de obras segue comprometida, realizada algumas vezes de forma atabalhoada e sujeita a sérios riscos.

Visão da construção como commodity: predominância da incorporação sobre a construção
   Após o ciclo de abertura de capital de várias incorporadoras na Bolsa de Valores, a partir de 2006, o segmento de real estate no Brasil passou a ser objeto de desejo de investidores locais e estrangeiros. A lógica do mercado financeiro, com a publicação e a análise trimestral de resultados, passou a ser predominante, principalmente nas grandes incorporadoras e construtoras.   O respeito às particularidades técnicas de cada obra e às características inexatas e imprevisíveis da atividade de construir, sempre sujeita às diversas condicionantes, sociais, culturais e naturais (geológicas, climáticas, hidrográficas etc.), passou a ser menosprezado, em nome de uma lógica focada exclusivamente em resultados financeiros de curto prazo.

Falta de treinamento da mão de obra
   Outra decorrência direta de décadas de estagnação, este problema exige, tanto do governo quanto da iniciativa privada, ações coordenadas em larga escala que, do ponto de vista prático, ainda não se de­sencadearam.   A capacidade de atendimento das instituições tradicionais de capacitação dos operários não aumentou na mesma proporção exigida pela demanda de mercado.   As tentativas de treinamento nos canteiros são louváveis, mas, infelizmente, ainda incipientes se comparadas ao volume de obras no País.   Maior entre todos os gargalos, a falta de profissionais em número e qualidade afeta tanto o mercado quanto o nível das obras. 

Prazos inexequíveis
   Seja por pressão de investidores financeiros interessados na maximização de retorno ou de governantes ávidos por dividendos políticos, as empresas têm se deparado com prazos de execução de obras que, mais do que desafiadores, demonstram-se tecnicamente inviáveis, comprometendo a racionalização dos custos e, em muitos casos, princípios básicos da boa técnica.

   Nota-se hoje certo descuido no canteiro.   Atividades que deveriam ser rigorosamente acompanhadas frequentemente caem na rotina das necessidades do empreiteiro, que executa o trabalho sem cuidados maiores nem com a qualidade nem com a segurança.

Marcelo Scandaroli


Qualidade dos materiais e componentes
   É inegável que o controle sobre os materiais hoje é muito maior do que há duas décadas; são feitos mais ensaios, retiram-se mais amostras e o número de produtos verificados é bem maior.   Mas no momento em que a disponibilidade de material passa a ser estratégica para a conclusão das obras e a pressão por redução de custos alcança níveis antes intoleráveis, o grau de exigência em relação à qualidade dos insumos utilizados acaba por ser, em alguns casos, relativizada.   Com baixos níveis de exigência de qualidade por parte dos clientes, alguns que só exigem preço, a tendência da indústria de materiais de construção - em muitos segmentos, ainda bastante pulverizada no País - é ceder à tentação de buscar maior competitividade com produtos de qualidade duvidosa.

   A revista Téchne espera de todos os profissionais, entidades e daqueles a quem cabe discutir diariamente a qualidade em nosso setor medidas para amplificação deste debate.   Nesse sentido, reafirmamos o nosso papel de divulgar e exaltar as melhores práticas, assim como, sempre que possível, alertar quanto às práticas de risco nas obras.   A consolidação, enfim, de um setor moderno e eficiente depende do compromisso com a qualidade.


Fonte: téchne

   Há alguns poucos anos atrás conheci colegas de graduação que retardavam sua formatura para não perderem o estágio ao qual estavam vinculados, eram colegas que sabiam que quando se formassem seriam automáticamente despedidos!   Conheço excelentes engenheiros que por falta de oportunidades dignas seguiram atividades profissionais em setores bem distintos da construção civil.    Conheço doutores em engenharia que migraram para o exterior a fim de dar prosseguimento aos seus trabalhos e estudos e que não pretendem retornar ao Brasil!   
   Os engenheiros existem! Basta abrir oportunidades sólidas para que eles possam sair de suas atividades atuais e retornar à construção civil.
   Engenharia civil não é só canteiro de obras!  É escritório, é laboratório, é universidade...

Engº. Msc. Alberto Cohen Filho

terça-feira, 14 de junho de 2011

Norman Foster projeta conjunto residencial para a capital do Líbano


   O escritório Foster + Partners, do arquiteto Norman Foster, divulgou imagens do seu primeiro projeto para o Líbano, o 3Beirut.   O empreendimento será construído na região central de Beirute, no setor B do plano diretor da capital libanesa, em um terreno de 7,6 mil m².    Os edifícios terão alturas e larguras diferentes, assim como plantas variadas, com áreas que variam entre 200 m² e 480 m².

   Os edifícios terão a fachada norte toda envidraçada, com vista para o porto da cidade.   Já o lado sul dos prédios terá altura decrescente, para "integrar as torres à textura urbana", de acordo com o escritório.   Os arquitetos ainda afirmam que esse será o primeiro empreendimento com telhados verdes na cidade.

   "O objetivo foi criar um projeto que se relacionasse diretamente com o local e com a cultura de Beirute, criando um empreendimento residencial e comercial sustentável de qualidade internacional", diz o escritório.   Além disso, o objetivo é fazer com que a cidade se torne ainda mais um ponto turístico.

   As torres contam, no seu pavimento térreo, com lojas e áreas de entretenimento.   A ideia é que o pedestre tenha livre acesso a essa área e, por isso, todo o terreno será conectado por caminhos, fazendo a ligação entre o centro da cidade e o Mar Mediterrâneo.   Os prédios contarão também com cafés, restaurantes, academia, galeria de arte e jardins públicos.

   O interior dos apartamentos foi pensado de modo a ser elegante e funcional, dando a opção de layout para o próprio morador.   "Os interiores serão marcados pela calma, vãos livres e iluminação e ventilação naturais", diz o escritório.

Divulgação: Foster + Partners
Segundo o escritório, esse será o primeiro edifício com telhado verde na capital

Divulgação: Foster + Partners
Edifícios terão alturas e larguras diferentes

Divulgação: Foster + Partners
Pavimento térreo terá lojas e restaurantes

Divulgação: Foster + Partners
Interior dos apartamentos prezará pela iluminação e ventilação natural

Fonte: aU
Maurício Lima

    Belo projeto e bela iniciativa no sentido de transformar o Líbano em um atrativo para o desenvolvimento, somente com atitudes relacionadas ao progresso é que será possível extirpar toda e qualquer manisfestação terrorista.
  Dr. Alberto C. Filho

Acordo entre a CP Construção e a 2ª Vara de Família de Caruaru (PE) para contratar trabalhadores que não conseguem pagar pensão alimentícia a seus dependentes.

Jaílson Lima

   A construtora pernambucana CP Construção firmou recentemente um convênio com a 2ª Vara de Família de Caruaru (PE) para a contratação de pais que não podem pagar pensão alimentícia.  A proposta foi feita pelo juiz José Adelmo Barbosa ao diretor financeiro da CP, Carlos Alberto Florêncio.

   O objetivo do convênio é proporcionar aos pais desempregados as condições necessárias para honrar com seus compromissos de alimentação, proteção e assistência aos seus dependentes.

   Os profissionais serão indicados pelo tribunal e precisarão passar por um recrutamento e por entrevistas. "Se os profissionais encaminhados pela Vara da Família se enquadrarem no perfil que procuramos, com certeza, serão admitidos.   Acredito que essa iniciativa seja de grande importância para a sociedade e para o mercado de trabalho", esclarece Carlos Alberto.

   "Paralelamente, ainda haverá estímulo ao emprego formal", afirma o Barbosa.   Vale lembrar que a pensão arbitrada em juízo estará assegurada mensalmente, enquanto o pai estiver trabalhando, pois o pagamento será descontado em folha e depositado em favor do menor.

Fonte: Equipe de obra
          Maurício Lima

    Excelente iniciativa do Magistrado!  Parabéns.
Dr. Alberto C. Filho


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Duas normas de tintas para edificações não industriais entram em vigor em junho

Mauricio Lima

Marcelo Scandaroli
Norma trata da terminologia de tintas para edificações não industriais
Neste mês entram em vigor as revisões de duas normas referentes ao uso de tintas na construção civil. A NBR 12554:2011, que passa a valer no dia 4, é referente à terminologia para tintas para edificações não industriais, definindo os termos aplicáveis a tintas.
Já a NBR 13245:2011, em vigor a partir do dia 17, fornece as diretrizes para a execução de pinturas em edificações não industriais, aplicadas aos diversos substratos, indicando os sistemas de pintura adequados.
De acordo com Gisele Bonfim, gerente técnica e de meio-ambiente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati), a NBR 12554 foi avaliada item a item para que as terminologias utilizadas fossem atualizadas, já que a norma era de 1992 e as terminologias foram embasadas no que existia na época.
Já na NBR 13245, foi retirado um anexo que tratava do modo de aplicação de cada material, ficando recomendado agora que o trabalhador siga as recomendações do fabricante para o produto. Segundo Gisele, "se o trabalhador já está utilizando os materiais corretos, já preparou a superfície e a tinta é boa, não há necessidade de ficar especificando cada aplicação na norma. Basta seguir a recomendação do fabricante".
As normas podem ser adquiridas por meio do site da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Fonte: téchne

Comissão de estudos da ABNT vai revisar oito normas referentes à cal virgem e hidratada


Divulgação: ABPC
Normas mais antiga a ser revisada é de 1996
A Comissão de Estudos de Cal (CE 18:100.06) do Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados (CB-18) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) voltará a se reunir para revisar oito normas referentes a cal virgem e cal hidratada na construção civil. De acordo com o CB-18, o encontro também servirá para a discussão do programa de trabalho, a definição do coordenador e escolha do secretário.
Normas que serão revisadas:
NBR 6473:2003 - Cal virgem e cal hidratada - Análise química;
NBR 9205:2001- Cal hidratada para argamassas - Determinação da estabilidade;
NBR 9206:2003 - Cal hidratada para argamassas - Determinação da plasticidade;
NBR 9207:2000- Cal hidratada para argamassas - Determinação da capacidade de incorporação de areia no plastômetro de Voss;
NBR 9289:2000 - Cal hidratada para argamassas - Determinação da finura;
NBR 9290:1996- Cal hidratada para argamassas - Determinação da retenção de água;
NBR 6453:2003 - Cal virgem para construção civil - Requisitos;
NBR 7175:2003 - Cal hidratada para argamassas - Requisitos.
Interessados em participar da reunião devem confirmar presença pelo e-mail cb18@abcp.org.br ou pelo telefone (11) 3760-5329.
Serviço:Reunião da Comissão de Estudos de Cal do CB-18
Data: 21 de junho de 2011
Horário: 14h00
Local: Associação Brasileira de Cimentos Portland
Endereço: Av. Torres de Oliveira, 76, Jaguaré - São Paulo (SP)

Fonte: téchne

Superporto de Açu entra em operação em 2012 no Rio de Janeiro.

 
   Já no próximo ano entra em funcionamento o Superporto de Açu, projeto da LLX, ligada ao Grupo EBX, de Eike Batista, para um dos maiores portos do país.   O porto tem uma área total de 9 mil ha, com profundidade inicial de 21 m e capacidade para receber navios de grande porte, como Capesize e Chinamax. Entre área onshore e offshore, o Superporto do Açu contará com até 30 berços para atracação de navios.   A obra está sendo realizada pelas construtoras ARG e Civilport.

Divulgação: LLX
Vista aérea do porto


   A construção está em curso na cidade de Campos e São João da Barra, no Estado do Rio de Janeiro, desde outubro de 2007, com investimento de aproximadamente R$ 4,3 bilhões, sendo R$ 1,9 bilhão provenientes LLX Minas-Rio (responsável pela implantação do terminal portuário dedicado ao minério de ferro) e R$ 2,4 bilhões vindos da LLX Açu (responsável pela operação das demais cargas como produtos siderúrgicos, petróleo, carvão, granito, escória, ferro gusa e carga geral).

   Um dos destaques da obra foi a ponte de 2,9 km de extensão, executada com um sistema de cravação de estacas, montagem de vigas e emendas concretadas, utilizando um cantitraveller.   O equipamento, apoiado sobre as estacas já cravadas por ele, avança sobre a estrutura em construção para executar o cravamento das estacas seguintes.

   O equipamento utilizado foi construído no Estado do Rio Grande do Sul, especialmente para esta obra, que demandava um equipamento maior do que os existentes no mercado.   Nesse caso, o cantitraveller possui largura de cerca de 27 m e pesa aproximadamente 1.100 t.   A construção da ponte foi concluída em março do ano passado.   Todo o material, como vigas, estacas e o concreto, foram produzidos dentro do canteiro de obras.

   A ponte facilitará o transporte dos produtos descarregados dos navios atracados diretamente para o complexo industrial anexo, composto por duas siderúrgicas, duas cimenteiras, estaleiro, duas termoelétricas, uma unidade para Tratamento de Petróleo, indústria automotiva, indústria metal-mecânica, terminal de minério de ferro, área para supply boat e área para armazenamentos dos produtos que serão movimentados, como granito, escória e ferro gusa.

   Já o acesso entre o porto e a cidade de Campos será feito por meio de um corredor logístico que terá 400 m de largura, 43 km de comprimento e contará com quatro faixas rodoviárias, duas linhas ferroviárias e três linhas de transmissão de energia.

Divulgação: LLX
Ligação entre ponte e continente

Divulgação: LLX
Equipamento foi produzido especialmente para essa obra

Divulgação: LLX
Ponte tem 2,9 km de extensão

Fonte: téchne

'Aqui, quem protesta não vai preso', diz brasileiro bombeiro nos EUA

Para Odimar Batista, situação dos colegas no Brasil é absurda.
Bombeiros iniciantes ganham R$ 6,5 mil por mês em sua cidade, contou.

O brasileiro Odimar Batista, com farda de bombeiro nos EUA (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)
O brasileiro Odimar Batista, com farda de bombeiro
nos EUA (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

   O bombeiro Odimar Batista ficou chocado com as notícias que leu a respeito da prisão de seus colegas de profissão que atuam no Rio de Janeiro após protestos por melhores salários e condições de trabalho.

    Depois de quatro anos trabalhando na função, ele está acostumado a ver seus contratos renegociados periodicamente e a ver manifestações de colegas serem aceitas sem haver repressão. “Aqui, quem protesta não vai preso”, contou ao G1 direto dos Estados Unidos, onde vive desde 1988.

   “Os bombeiros aqui nos Estados Unidos, por meio dos sindicatos, podem negociar seus contratos cada vez que eles expiram. Todo trabalhador tem direito a isso”, contou, a respeito da situação na cidade de Wayland, em Massachusetts, onde trabalha.

    Segundo ele, sempre existe um ponto de contenção, e é normal haver disputa nas negociações. “Mas tudo é negociado bem detalhadamente.   Colocamos o que queremos na mesa e vamos discutindo. Há uma mediação, às vezes o processo é litigioso e tudo é disputado.   Em alguns lugares do país, quando não se chega a acordo, os bombeiros fazem protestos, aparecem na mídia, falam, mas não são presos”, disse.
R$ 6,5 mil por mês

   Batista respondeu ao contato do G1 e concedeu entrevista desde Massachusetts por telefone usando um iPhone. No Brasil, um aparelho como este custa cerca de R$ 1.500, um valor bem acima do salário inteiro de muitos bombeiros brasileiros.

   Segundo Batista, o salário de um bombeiro iniciante em Wayland, cidade em que trabalha, é de US$ 49 mil por ano (equivalente a cerca de R$ 6,5 mil por mês).   Além disso, há uma série de “diferenciais”, como curso superior, curso de paramédico e horas extras, que aumentam o valor recebido pelos profissionais.

   “Do ponto de vista financeiro, é um trabalho que vale a pena”, disse.   Fora o salário, os bombeiros da cidade trabalham em um esquema de dois plantões de 24 horas em 3 dias, seguidos de 5 dias de folga, o que permite que tenham outros trabalhos.   “Eu tenho outros dois trabalhos, que ajudam a melhorar a renda”, disse Batista.

   Nos Estados Unidos, os bombeiros respondem às cidades em que atuam, e não ao governo do Estado como acontece no Brasil.   Os salários são definidos localmente, e variam de lugar para lugar.   Em Nova York, por exemplo, o salário inicial dos profissionais é equivalente a R$ 4,3 mil por mês, com 5 reajustes anuais até chegar a R$ 6,1 mil - sem contar benefícios.   No caso de paramédicos, o valor é mais alto, e começa em quase R$ 6 mil.

   Em todo o país, há muitos voluntários que trabalham como bombeiros, mas a instituição também costuma ter profissionais contratados, de carreira.

Vocação longe de casa
   Mineiro de Coronel Fabriciano, Batista morava em Vitória (ES) quando foi para os Estados Unidos, em 1988, aos 17 anos.   A ideia era ficar pouco tempo, mas ele começou a trabalhar e acabou ficando até hoje.
Após trabalhar em restaurantes e como pintor, em 1995 ele decidiu que queria ser bombeiro.   Fez cursos, testes de seleção, buscou de todas as formas, mas só conseguiu ser aceito em 2008.   “O processo é muito rigoroso”, disse.   Desde então, já trabalhou em duas cidades diferentes e já esteve em situações de risco, atuando em incêndios residenciais e situações de resgate e busca.

   Por mais que se tornar bombeiro tenha sido a realização de vocação, um sonho profissional, Batista disse ao G1 que, por conta da situação dos colegas no Brasil, não aceitaria voltar para o país onde nasceu para exercer a mesma função.

   “Gostaria muito de voltar para o Brasil, mas não aceitaria essas condições de trabalho de maneira alguma.   Não teria as oportunidades e as condições de trabalho que tenho aqui”, contou. “Arriscamos nossa vida exercendo a função de proteger vidas. É um sacrifício pessoal e familiar.   No Brasil, o trabalho é feito sem receber bem, com equipamentos problemáticos e sem poder reclamar.   O que está acontecendo é um absurdo”, disse.

Fonte: G1

Morre aos 91 anos na Alemanha o redator da lista de Schindler

Ele forneceu a Oscar Schindler nomes de 1.200 pessoas que seriam salvas.
Mietek Pemper só revelou atuação em 1993, quando o caso virou filme.

Mietek Pemper em 24 de outubro de 2006 na cidade alemã de Augsburgo (Foto: AP)
Mietek Pemper em 24 de outubro de 2006
na cidade alemã de Augsburgo (Foto: AP)

   Mieczyslaw (Mietek) Pemper, o homem que redigiu a lista de Schindler -que ajudou a salvar a vida de mais de mil judeus durante a Segunda Guerra Mundial-, morreu na terça-feira aos 91 anos, anunciou nesta quinta-feira (9) a prefeitura da cidade alemã de Augsburgo, onde vivia.

   Pemper, nascido de uma família judia da Cracóvia em 1920, vivia desde 1958 nesta cidade da Baviera, na qual era cidadão honorário.

   Ali foi consultor empresarial e só revelou seu passado durante o período nazista em 1993, quando saiu no cinema o filme "A Lista de Schindler", de Steven Spielberg.

   Em março de 1943, prisioneiro, ficou subordinado a Amon Goth, comandante do campo de trabalho forçado de Plaszow, na Cracóvia.

   Aí se relacionou com o empresário Oskar Schindler, a quem forneceu uma lista com os nomes de 1.200 judeus internados no campo e que Schindler empregou nas fábricas de esmalte e munições, salvando-los de morte certa.

   Foi a principal testemunha de acusação no julgamento de Amon Goth, em 1946.

   Oskar Schindler morreu em 1974, no anonimato, e recebeu como honraria póstuma o título de Justo entre as Nações.

Fonte: G1

   Só revelou sua atividade no período do nazismo em 1993, na época do filme A Lista de Schindler.   Este é um homem realmente do bem, além de lutar pelo seu povo não uspou este fato para se promover!
Engº. Alberto C. Filho

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Thunderbirds da Força Aérea dos EUA fazem acrobacias na Romênia

Aviões Thunderbird F16 da Força Aérea dos EUA fazem acrobacias nesta quarta-feira (8) em Mihail Kogalniceanu, na Romênia. (Foto: AP)
Aviões Thunderbird F16 da Força Aérea dos EUA fazem acrobacias nesta quarta-feira (8) em Mihail Kogalniceanu, na Romênia.
O local abriga a base aérea de Deveselu, onde ficará uma das estações do escudo americano de mísseis na Europa. (Foto: AP)
O local abriga a base aérea de Deveselu, onde ficará uma das estações do escudo americano de mísseis na Europa.
Fonte: G1

domingo, 5 de junho de 2011

Conama altera norma sobre resíduos da construção civil

   Uma Resolução publicada no dia 25 de maio alterou a classificação de resíduos da construção civil determinada pela Resolução n° 307 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).   Com o novo texto, as sobras de gesso passaram a ser consideradas recicláveis.   Antes, a norma considerava o material como de Classe C, o que significa que não havia tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitiam sua reciclagem ou recuperação.

   A mudança na norma é resultado de uma iniciativa da Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall, que apresentou estudos comprovando a possibilidade de reaproveitamento dos resíduos gerados no setor.

   Atualmente, o gesso pode ter três destinos: a utilização como ingrediente na produção de cimento, no qual atua como um retardador de pega; o reaproveitamento nas fábricas de gesso ou transformação em gesso agrícola, atuando como corretivo do solo e fonte de enxofre.

Fonte:  Jamila Venturini, da redação da revista Equipe de Obra

Restauro da octogenária ponte Hercílio Luz

Giovanny Gerolla, enviado especial a Florianópolis

   Para quem olha de longe, a obra sobre a Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis (SC), parece não ter fim.   O tráfego está proibido desde 1991, quando foi definitivamente interditada, e seu piso asfáltico, sobre o vão central pênsil de 340 m de comprimento, retirado.

Vitor Louzado/Deinfra-SC
Ponte está interditada desde 1991

   Mas o peso social sobre este patrimônio histórico e octogenário não foi aliviado e especialmente os catarinenses aguardam providências.   O Consórcio Florianópolis Monumento (CFM), atual contratado pelo Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) para conduzir restauro, reabilitação e manutenção da ponte, mostra que o grande desafio da obra será a troca das barras de olhal - grandes barras metálicas que suspendem o vão.

   "Uma já rompeu", conta Antônio Carlos Xavier, engenheiro fiscal da obra, pelo Deinfra.   Apesar de não admitir que a causa do rompimento tenha sido a corrosão forte pela maresia, ele afirma que "algumas barras estão melhores, outras piores; as falhas ocorrem porque já são velhas demais".
Giovanny Gerolla
Barra de olhal (uma já está rompida)

   A troca das barras dependerá, no entanto, do grau de confiança existente sobre as rótulas estruturais, que dão apoio aos quatro pilares principais da ponte.   No momento, essa confiança fica limitada a muitas trincas e corrosão avançada.   "Rígidas, elas não fazem mais o contrabalanceamento dos movimentos da ponte e representam enorme risco ao patrimônio de 5 mil toneladas de metal, em equilíbrio há 85 anos", confirma o fiscal. Além disso, com rótulas rígidas, não é possível soltar as barras de olhal para reparo, deixando descansar parte maior da carga da ponte sobre os pilares principais.

   "O problema foi que, quando a rigidez das rótulas foi detectada, o processo de restauração já havia se iniciado, e teve de ser interrompido", explica o atual presidente do Deinfra, Paulo Meller.

Giovanny Gerolla
Rótulas Danificadas

   " No momento, estamos construindo uma segunda ponte metálica, de estrutura parcialmente submersa - e, portanto, com o auxílio de mergulhadores -, que deverá dar apoio à Hercílio Luz, para que, por um lado, rótulas sejam reparadas e, por outro, as barras possam ser finalmente trocadas."

   A estrutura provisória terá 16 pilares de 34 m de altura formados por tubos de aço com 1 m de diâmetro preenchidos com concreto armado.   Cada quatro pilares sustentarão um bloco misto de aço e concreto.   Os "quatro jogos" sustentarão as rótulas da ponte, que será suspensa no máximo em 20 cm para aliviar a tensão das cargas, possibilitando, assim, a troca ou reparo das peças.  

   A complexidade da obra sobre a ponte depreende-se do fato de ela ser patrimônio tombado pelo município (1992), pelo Estado de Santa Catarina (1997) e reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do governo federal, que supervisiona os trabalhos.

Giovanny Gerolla
Concretagem da fundação da ponte auxiliar

   "Os serviços são artesanais; tudo deverá ser feito como executado na década de 20 do século passado; por isso, as obras de restauração estão suspensas até que a ponte de apoio (estaqueamento) esteja completamente pronta", conclui o engenheiro Sebastião Florentino de Almeida Rezende, coordenador da Prosul/Concremat, atual consorciada contratada para a supervisão das obras.   A previsão é de que a estrutura de sustentação provisória seja finalizada em 2012.

   O custo estimado para as obras de restauro da Hercílio Luz é de R$ 200 milhões, e ainda não há certeza sobre qual será o uso futuro da ponte, nem sobre o prazo necessário à conclusão total das obras.

Ficha técnicaContratante: Departamento Estadual de Infraestrutura de Santa Catarina (Deinfra)
Supervisora de obras: Consórcio Prosul - Concremat (Prosul Projetos Supervisão e Planejamento Ltda e Concremat S/A)
Empresa executora: Consórcio Florianópolis Monumento
Empresas associadas: Construtora Espaço Aberto Ltda, CSA Group
Data de Início: 01/12/2008
Data de Término (da estrutura de apoio): 07/06/2012

Fonte: téchne

Presidente dos Estados Unidos afirmou que o arquiteto português é um especialista na utilização de cores e materiais diferentes

 

Reprodução
O arquiteto português Eduardo Souto de Moura recebeu ontem (2), em cerimônia realizada em Washington, nos Estados Unidos, o prêmio Pritzker 2011. Durante o discurso, o presidente Barack Obama afirmou que Moura "passou sua carreira não só desafiando os limites da sua arte, mas fazendo-o de uma forma que servisse o bem público".

Obama ainda disse que Souto de Moura desenhou casas, lojas, galerias, escolas e estações de metrô, sempre em um estilo simples e ao mesmo tempo belo.   "É um especialista na utilização de cores e materiais diferentes.   As formas e linhas simples sempre conseguem se integrar com o contexto do local", disse o presidente estadunidense.

   O Estádio de Braga foi eleito por Obama como uma das principais obras de Souto de Moura. Segundo ele, "Souto de Moura não escolheu uma tarefa fácil.   Ele projetou um estádio na encosta de um morro e ainda o desenhou de modo a permitir que quem não conseguisse comprar ingressos pudesse assistir ao jogo do alto do morro".

Divulgação: Afaconsult
Estádio de Braga


   O presidente ainda afirma que ele próprio queria ser arquiteto, até por ser natural de Chicago (EUA), reconhecida pela sua arquitetura.   "Eu tinha expectativas de ser mais criativo do que fui, então tive que seguir a carreira política", disse Obama.   Além disso, Obama afirmou que a arquitetura é a forma mais democrática de arte que existe.

Maurício Lima
Fonte: aU

Nova sede do Conselho Federal de Engenharia em Brasília.

   Na terra da política e da arquitetura, as diretrizes de qualquer construção no plano piloto são bem restritivas.   Situa-se aí a nova sede do Confea, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, projetada pelos arquitetos Pedro Paulo de Melo Saraiva, Pedro de Melo Saraiva e Fernando de Magalhães Mendonça, do PPMS Arquitetos Associados, segundo lugar em concurso realizado em 1999.
   O volume de 10 mil m2 de área obedece rigorosamente aos recuos e gabaritos estipulados pela Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital), que determina um limite de 17 metros para o último pavimento-tipo e 21 metros para a cobertura e áreas técnicas.   Para permitir um maior aproveitamento das áreas desses pavimentos e flexibilidade de layout, o projeto definiu térreo, quatro pavimentos intermediários e uma cobertura com plantas livres de pilares centrais e muita integração visual.   A esse programa unem-se três subsolos de estacionamento com 122 vagas.

   A planta é estritamente retangular com fachadas principais dispostas nas faces leste e oeste de um terreno de 40 m x 40 m, entre duas avenidas de acesso, a W2 e W3.   O térreo destina-se à entrada, recepção e plenário com ambientes de apoio.   À sua volta, na área externa, formam-se galerias protegidas do sol que permitem a integração entre as avenidas.

   O tratamento paisagístico é reforçado por uma pequena praça com espelho d'água, que ajuda a amenizar as características do clima seco da cidade e, ainda, integra o edifício à antiga sede do Confea, que futuramente será transformada em um centro cultural.

   Os quatro pavimentos de uso administrativo apresentam planta livre com 22,50 m de vão.   Toda a estrutura concentra-se na periferia, o que permite diversos arranjos de layout facilitados pelo piso monolítico elevado.   Para liberar ainda mais área, a circulação vertical é feita em uma torre anexa construída sobre uma área de 15 metros de recuo obrigatório.   Essa torre é revestida por placas de alumínio composto (assim como as fachadas norte e sul), com acesso por passarelas envidraçadas e resfriada por um fluxo de água constante que jorra da última passarela e cai no espelho d'água no térreo.

   Como em Brasília a iluminação natural é intensa, foi indispensável o uso de um anteparo que protegesse as fachadas da insolação direta. Em vez do uso de brises comuns, que poderiam confinar visualmente os usuários do edifício, foi adotada uma solução mais sutil: uma membrana têxtil perfurada e incombustível, sustentada por caixilhos de alumínio.   "Em vez de robustos brises de concreto que limitam o contato interior e exterior optamos pela sutileza desse tipo de membrana perfurada", explica o arquiteto Pedro Paulo de Melo Saraiva.

   Essa segunda pele translúcida foi posicionada cerca de quatro metros da pele de vidro das fachadas e fixada em esperas metálicas na ponta das vigas.   Além de rebater os raios solares, os painéis permitem passagem e renovação do ar e criam uma camada de ar intermediária que propicia uma temperatura mais amena no interior do edifício.

   De dia, a envoltória verde confere ao volume retangular opacidade e solidez, e à noite os ambientes internos se revelam, e toda a trama estrutural se destaca.   "Os níveis de ventilação e proteção solar do edifício foram previstos em projeto que definiu o diâmetro dos furos da membrana.   Nosso consultor determinou a relação de espaço aberto e opaco da membrana, e analisou a cor com melhores propriedades ultravioletas", explica Pedro Paulo.

   Como coroamento do edifício, a cobertura foi utilizada como espaço de convivência.   Nesse piso, situam-se refeitório, copa e cozinha e uma área de estar e lazer ancorada por área livre e jardim, com dimensionamento adequado para sediar eventos sociais.   Uma cobertura metálica formada por um sistema de arcos triarticulados abriga a nova área de convivência.

   Estrutura

   O desequilíbrio causado pelo carregamento das extremidades internas desses balanços foi compensado pelo atirantamento do braço externo para criar um momento negativo.   A partir da cabeça da cortina diafragma no térreo, e do interior de um cone, sobem dez cabos de aço, a cada 3,75 m, que alimentam cada pavimento com um par de tirantes, ou seja, no último pavimento sobem apenas dois tirantes para cada braço de pilar.   "Em vez da execução de engastes nos pilares, que dariam um elemento arquitetônico indesejável, criamos esse sistema de alavancas", explica Pedro Paulo.

   No térreo e subsolo, a malha estrutural dispõe pilares e vigas a cada 7,50 m, o dobro do espaçamento dos andares-tipo.   Para resolver a transição, foi executada uma grande viga armada (treliçada) no primeiro pavimento.

   Nos três subsolos, cada piso se divide em dois subníveis de meio piso, unidos por rampas centrais.   O acesso à garagem é feito por uma rua com rota de circulação única.   "Todos os pisos estão ligados visualmente e não existe uma situação claustrofóbica", explica Pedro de Melo Saraiva.   "As distâncias são curtas e sempre se sobe apenas meio pé-direito", conclui.   O acesso aos elevadores é feito entre os níveis e rampas, a um quarto de nível.

THE MESH AND THE PLANSIn the land of politics and architecture, the directives of any construction are very restrictive. That is where the new headquarters of Confea were built, designed by the paulista PPMS Arquitetos Associados studio, second place in a contest held in 1999. The volume, with an area of 10 thousand m2, rigorously obeys the space and standards stipulated by the Novacap agency that determines a limit of 17 meters for the last type floor and 21 meters for the penthouse and technical areas. The project defined the ground floor, four intermediate floors and a penthouse with plans free from central pillars. The plan is strictly rectangular with main façades towards east and west. The four administrative use floors have a free plan with a void of 22.50 meters. The entire structure is concentrated in the periphery. To free the area still further, the vertical circulation is done in a joint tower built in an area with 15 meters of mandatory recess. It was necessary to use a screen protecting the facades from direct sunlight. Instead of using common brises, that could visually confine the users of the building, a more subtle solution was adopted: a perforated and incombustible textile membrane, supported by aluminum frames. This second translucent skin was positioned some four meters from the glass skin in the façades. In addition to reflecting the sunbeams, the panels allow the passage and renewal of the air and create an intermediate layer of air that provides a milder temperature inside the building.

Plantas:
Galeria de fotos:
http://www.revistaau.com.br/au/extra/galeria.asp?e=206|214776&t=E1&b2g=PARBRA

Fonte: aU
Para obter vãos livres em todos os pavimentos, o sistema estrutural do edifício é formado por uma estrutura mista de concreto e aço, que consiste de tramos metálicos centrais de 15 m de comprimento, apoiados em pilares de concreto em formato de T moldados in loco, com balanços simétricos de 3,75 m, exatamente a distância da fachada cortina dos subsolos até o eixo do pilar.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Líbia: MSF intevém em hospital de Misrata

MSF é a única organização não governamental médica na cidade

Equipe de MSF em Misrata, Líbia
MSF no hospital Kasr Ahmed, em Misrata. Neste hospital MSF pode oferecer cuidados de saúde à maior parte da população, que se refugiou nessa área após fugir dos combates no sul da cidade
Foto:© Fouad Ismael Frederic / MSF
3 de maio de 2011 - Uma equipe de MSF composta por 12 pessoas está trabalhando no hospital de Kasr Ahmed, na cidade sitiada de Misrata, onde está implementando atividades médicas e cirúrgicas. Eles também estão dando apoio ao hospital de Al Hikma.

   Uma equipe de MSF chegou a Misrata na quinta-feira, 28 de abril, para fortalecer a equipe de três pessoas que já estava lá havia dez dias, avaliando as necessidades médicas.   Os nove novos membros – dois cirurgiões, dois anestesistas, três enfermeiros, um médico e um especialista em logística – saíram de Malta de navio, trazendo 12 toneladas de suprimentos médicos.

  Um dos cirurgiões de MSF na equipe está agora trabalhando no hospital de Al Hikma, referência para o encaminhamento de pacientes que precisam de cirurgias complexas, dando apoio à equipe médica líbia que vem trabalhando sem parar nos últimos dias.

  O resto da equipe está se preparando para iniciar suas atividades no hospital de Kasr Ahmed, localizado na parte mais oriental da cidade.   Inicialmente, a equipe irá realizar melhorias nas instalações do hospital, reconstruindo a sala de cirurgia e organizando os quartos de recuperação.

  A meta é oferecer cuidados médicos e cirúrgicos à maior parte da população de Misrata, que vem procurando refúgio nesta parte da cidade, após fugir de violentos confrontos nas áreas central e sul da cidade, e aos imigrantes africanos e asiáticos isolados no porto, esperando um barco para levá-los de volta a seus países.

Instalações médicas, medicamentos e suprimentos estão em falta

   Além das emergências médicas e cirúrgicas e dos cuidados pediátricos, que deverão estar disponíveis nos próximos dias, MSF planeja aumentar a capacidade de leitos no hospital de Kasr Ahmed, de 12 para 50, e também reconstruir a sala de cirurgia.

   De acordo com nossas equipes que estão no local, os hospitais de Misrata têm capacidade extremamente limitada – aproximadamente 100 leitos – e recursos para uma população de aproximadamente 300 mil pessoas.    Na área de serviços neonatais e pediátricos, MSF vai aumentar o acesso a cuidados de emergência para crianças e mulheres grávidas, instalando uma segunda sala de operações e aumentando o número de leitos.   Atualmente, MSF é a única organização não governamental médica na cidade.

   No sábado, um barco carregando cinco funcionários internacionais deixou Benghazi rumo a Misrata.   Eles irão se juntar a outros membros que já estão no local.   Essa equipe irá focar nos trabalhos de obstetrícia e ginecologia, pediatria e assistência neonatal na clínica de Tubah.   A equipe também conta com uma parteira, duas enfermeiras, um especialista de logística e um psicólogo.   Também vai incluir cinco expatriados (um ginecologista, um anestesista, um gerente médico, uma enfermeira cirúrgica e um pediatra), que deixarão Malta na quarta-feira, e irão para Misrata em um navio cargueiro que transportará 7,5 toneladas de suprimentos.

Condições ainda são instáveis na fronteira com a Tunísia
   No dia 27 de abril, bombardeios das forças armadas do governo danificaram o hospital em Zintan, localizado ao sul da fronteira da Líbia com a Tunísia.   Seguindo os ataques, as equipes de MSF evacuaram 18 pacientes de ambulância e ofereceram primeiros socorros e cuidados de estabilização.

   As tropas de Khadafi encurralaram os grupos de oposição entre a fronteira com a Tunísia e Dehiba.   Os confrontos continuam, enquanto a maioria das pessoas que procuram refúgio do outro lado da fronteira são mulheres e crianças, já que os homens retornaram à Líbia, para proteger suas casas ou para participar das manifestações.   As necessidades médicas estão aumentando no sul de Dehiba, de modo que os centros médicos necessitam cada vez mais da ajuda de MSF para garantir a estabilização dos pacientes, bem como a realização de cirurgias e a oferta de assistência médica geral aos feridos.   MSF também está dando apoio psicológico em um acampamento e nas comunidades que acolhem refugiados líbios.

MSF critica a inconsistência das políticas européias: países europeus entraram na guerra alegando que os civis precisam de proteção, mas fecham as fronteiras para não recebê-los.

Paris, 19 de maio de 2011Uma carta de Médicos Sem Fronteiras aos líderes dos Estados da União Europeia envolvidos na guerra na Líbia está sendo publicada hoje em jornais europeus.   Na carta, a organização critica a contraditória política europeia que alega ter apoiado a guerra para proteger civis, enquanto fecha suas fronteiras para as vítimas dessa mesma guerra, sob o pretexto de evitar uma entrada maciça de imigrantes ilegais.

MSF também chamou atenção para a discrepância entre a recepção oferecida pela Tunísia e pelo Egito – que já aceitaram cerca de 630 mil pessoas que fugiram da Líbia – e a oferecida pelos países europeus, que deram as costas às pessoas que chegavam de navio da Líbia, arriscando suas vidas.

Leia a carta na Íntegra:

           CARTA ABERTA SOBRE OS CIVIS QUE FOGEM DA LÍBIA PARA A EUROPA

Quinta-feira, 19 de maio de 2011.

   Em nome da proteção da população civil da Líbia, líderes de diversos Estados Membros da União Europeia envolveram seus países na guerra contra o regime de Muammar Gaddafi.   Este conflito já causou o deslocamento de aproximadamente 750 mil civis, que fugiram da violência no país.

   Apesar das difíceis condições, Tunísia e Egito já receberam mais de 630 mil pessoas que fugiram do conflito.   No entanto, os Estados Membros da União Europeia se esquivam das suas responsabilidades e se escondem atrás da luta contra a imigração ilegal para impedir que as vítimas da guerra entrem na Europa.

   Os mesmos Estados Membros da União Europeia que se envolveram nesta guerra deveriam também arcar com todas as consequências decorrentes do conflito, assim como tomar as medidas necessárias para reduzir o impacto na população civil. Isso não é apenas uma responsabilidade moral, mas, uma obrigação legal, estabelecida por convenções internacionais das quais esses países são signatários.

   A União Europeia e seus Estados Membros têm que respeitar os direitos dos civis que estão fugindo do conflito na Líbia.   A União Europeia e seus Estados Membros têm que garantir que essas pessoas não sejam expulsas dos territórios continentais e marítimos europeus  e devem assegurar que elas sejam recebidas na Europa de forma apropriada, com o acesso a procedimentos de pedido de asilo quando requisitado.

   Estes direitos não estão sendo respeitados.   Milhares de pessoas, vítimas da guerra, estão pagando um alto preço pela inconsistência das políticas dos Estados Membros da União Europeia.   Centenas de homens, mulheres e crianças que tentavam chegar à União Europeia morreram durante a travessia.   Muitos foram expulsos pelas autoridades líbias, que vêem nesse procedimento uma oportunidade de criar divergências.   Milhares de civis chegaram à costa italiana nas últimas semanas.  Como a equipe de Médicos Sem Fronteiras em Lampedusa pôde verificar, a recepção foi completamente inadequada às suas necessidades.

   Países Membros da União Europeia, especialmente aqueles diretamente envolvidos no conflito, têm que transformar seu discurso em ações concretas com relação à proteção da população civil da Líbia.  Eles precisam garantir que essas pessoas não serão expulsas, que terão recepção digna e que terão os procedimentos de asilo garantidos.   A União Europeia e seus Países Membros são responsáveis pela vida destas vítimas da guerra e por garantir que seus direitos sejam respeitados.

   Essas responsabilidades devem ser colocadas no centro das preocupações europeias.

Dr. Unni Karunakara
International President
Médecins Sans Frontières

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                                                                                                             © Naoufel Dridi/MSF

quarta-feira, 1 de junho de 2011

São Paulo terá telhado branco ou "verde"?

   A Câmara Municipal de São Paulo discute atualmente dois Projetos de Lei referentes às coberturas dos imóveis da cidade.    Um deles, o PL 615/09, de autoria do vereador Antônio Goulart (PMDB), prevê que todos os imóveis da cidade sejam pintados na cor branca, enquanto o outro, o PL 115/09, proposto pela vereadora Sandra Tadeu (DEM), prevê que novos condomínios edificados com mais de três unidades contem com "telhado verde".   Os dois PLs já foram aprovados em primeira fase pela Câmara, mas ainda não há estimativa para as votações em definitivo.

Divulgação: telhado branco:GBC/telhado verde: Inst
Projeto de Lei que exige obrigatoriedade, principalmente pela cobertura branca em toda a cidade, gera polêmica no setor


   O objetivo dos projetos é o mesmo: diminuir as ilhas de calor na capital paulista.   O telhado branco contribui para essa redução, pois tem como uma das características a capacidade de refletir os raios solares, enquanto telhados escuros absorvem esses raios, aumentando as ilhas de calor.   Já a camada de terra dos "telhados verdes", por sua vez, promove o aumento da inércia térmica da cobertura,  de modo que sua temperatura não mude tão rapidamente.

   Apesar dos dois sistemas apresentarem características para melhorar o conforto térmico do ambiente, o setor apresenta opiniões diferentes sobre o tipo de cobertura mais adequada.   O Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) divulgou recentemente uma nota  afirmando que "a utilização da cor branca ou clara de forma generalizada pode trazer problemas funcionais para o ambiente construído, pois a excessiva reflexão de luz pode causar ofuscamento e desconforto visual para ocupantes de edifícios vizinhos".

   O Sindicato da Habitação (Secovi-SP) também divulgou notícia convergente  à  posição do CBCS em seu site : "Além de desnecessária, a especificação de qualquer cor ignora necessidades estéticas, culturais e de funcionalidade, podendo descaracterizar conjuntos históricos".

   Já o Green Building Council Brasil (GBC Brasil), por meio da campanha "One Degree Less", defende que se os raios forem refletidos, além da diminuição do número de ilhas de calor, há também a redução da utilização de ar-condicionado, diminuindo a emissão de gás carbônico.   O conselho cita inclusive um estudo realizado pelo Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, na Califórnia, que mostrou que coberturas escuras absorvem 80% do calor e as claras refletem até 90% da luz solar.

   Segundo a pesquisadora Maria Akutsu, responsável pelo Laboratório de Higrotermia e Iluminação do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) o problema está na obrigatoriedade do uso de um dos sistemas, se um dos projetos for aprovado, já que a aplicação de quaisquer soluções dependem de vários fatores, que podem não ser necessariamente adequados para todos os casos.  O arquiteto Lourenço Gimenes, do escritório FGMF, compartilha da mesma opinião: "A aplicação desses dois tipos de telhados deve ser estudada caso a caso.  Se você tiver uma cobertura que é ocupada pela caixa do elevador, pela caixa d'água e por painéis solares, você vai pintar o quê de branco?  Ou vai colocar um pequeno espaço com vegetação?".

   Gimenes ainda defende que a cobertura não é o único fator a provocar um impacto térmico no edifício. "As fachadas norte, leste e oeste recebem calor praticamente o dia todo, mas é dada pouca atenção para elas, que têm um impacto muito maior no conforto térmico", diz o arquiteto.

   Entre as duas opções de cobertura, a pesquisadora do IPT ainda defende o telhado verde que, segundo ela, traz vantagens como a melhoria da qualidade do ar e a maior retenção de água da chuva.   Caso o PL favorável às coberturas brancas seja aprovado, ela observa alguns fatores que merecem atenção: "deve-se primeiro haver cuidado com a qualidade da tinta, para que não crie fungos.   Além disso, uma telha cerâmica, ao ser pintada, por exemplo, pode perder algumas de características, como a porosidade", finaliza.

Fonte: aU