Acidente detonou denúncias dos trabalhadores junto ao Ministério Público e reivindicações contra a Real Engenharia, responsável pelas obras Luciana Tamaki | ||
Lideranças do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil se reuniram hoje (1º) com o Ministério Público do Estado do Pará para entrar com uma ação judicial contra a Real Engenharia, construtora do edifício Real Class, em Belém, que desmoronou no último sábado (29) soterrando pelo menos uma mulher e dois operários.
Segundo o Sindicato, além das reivindicações também foram levadas nove denúncias de problemas estruturais em outros prédios em construção, como rachaduras em vigas e pilares, detectados por operários. O Ministério Público do Estado já instaurou um inquérito civil para apurar a responsabilidade sobre o desmoronamento. Ontem (31), parte da equipe do Centro de Perícia Científica Renato Chaves recolheu documentos no escritório da Real Engenharia "de interesse pericial, como projetos, notas fiscais de materiais e tudo o que pudesse corroborar para a realização dos exames periciais", conta Orlando Salgado Gouvêa, perito criminal da entidade. Os laudos periciais devem ser concluídos em até 180 dias, segundo o perito. A perícia teve início logo após o desmoronamento, com vistorias aos prédios adjacentes, sendo alguns interditados. Neste momento, "a equipe está voltada à seleção de peças estruturais retiradas dos escombros", acrescenta Gouvêa. Compõem a equipe cinco peritos criminais com formação em engenharia civil, sendo um deles "de larga experiência na área de cálculo estrutural", afirma o perito. O edifício O edifício Real Class localizava-se na rua Três de Maio, no bairro de Nazarém, em Belém, Pará. As obras haviam se iniciado em 2008 e seriam finalizadas em dezembro deste ano. As informações sobre o número de pavimentos divergem entre 32 e 34. O desmoronamento ocorreu por volta das 14h00 de sábado (29). Das cinco pessoas dadas como desaparecidas após o acidente, três foram localizadas vivas. Dois operários continuam desaparecidos e o corpo de uma mulher foi encontrado, ainda sem identificação. Segundo o secretário municipal de urbanismo, Fernando Pereira, as obras tinham documentação em dia em relação ao Plano Diretor da cidade e a Lei Complementar de Controle Urbanístico. Em entrevista coletiva realizada no domingo (30), Carlos Otávio Lima Paes, proprietário da Real Engenharia, afirmou que "a obra nunca apresentou nenhum sinal que indicasse início de problema". Fonte: Construção mercado |
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Após desmoronamento em Belém, sindicato denuncia problemas estruturais de outros prédios em construção
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A situação da engenharia brsileira é no mínimo preocupante! As faculdades a cada década descem mais o nível de exigência e de ensino, principalmente porque o problema é empurrado da escola para a universidade. Há universidades que têm o desplante de formar engenheiros em cursos noturnos de 4 anos!!! Ao passo que as grandes Universidades Federais formam engenheiros em um tempo médio de 6 anos em período integral!!
ResponderExcluirA indústria da construção civil é amadora! Não há um controle eficaz com relação aos desperdícios e principalmente com relação a indústria de pré-moldados, não há uma fiscalização correta por parte das prefeituras!!
Não há controle sobre a qualidade da produção de concreto nas concreteiras! Não há uma exigência legal sobre a análise quimica da areia! Recentemente o Brasil perdeu uma hidrelétrica por não fazer tal análise!!!!
Por fim acho que o CONFEA e o sistema CREA devem exigir prova para os recém-formados. Nenhuma profissão tem mais responsabilidade economica, social, política e humana que a engenharia civil.