segunda-feira, 27 de junho de 2011

Lelé apresenta mais detalhes dos projetos para o Minha Casa, Minha Vida


   Lelé foi convidado pela presidente Dilma Roussef para rever e apresentar uma solução ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.   Conhecido pela Rede Sarah de Hospitais e Tribunais de Contas da União, um dos maiores especialistas brasileiro na pré-fabricação apresentou dois projetos, inicialmente detalhados para regiões de favelas de Salvador - a urbanização de Pernambués, com ocupação mista de apartamentos e casas geminadas, e o conjunto habitacional para Cajazeiras.   Mas as soluções podem ser adaptadas a qualquer parte do País.

Divulgação: IBTH
Projeto do arquiteto para a favela de Cajazeiras


   "O programa tem de levar em conta as diversas tipologias brasileiras, típicas de cada lugar, inclusive topográficas.   No caso de Salvador, a topografia dificulta muito a implantação de um prédio convencional, conforme está sendo feito", explica.   Desenvolvida e apresentada em janeiro, a proposta está ainda à espera da superação de entraves burocráticos para ser implementada.

   Os prédios propostos são de estrutura mista metálica com argamassa armada.   Todas as peças, inclusive as metálicas, são montadas manualmente.   "A peça mais pesada, uma laje que vence 2,70 m de vão, pesa 86 kg, o que permite que duas pessoas a montem manualmente", explica Lelé.

   A proposta para Pernambués, além das unidades habitacionais, inclui creche, escola, área de lazer. "Habitação não é só o lugar onde você mora, é um conjunto de coisas que fazem você sobreviver, inclusive o trabalho.   Em Salvador, onde a economia informal tem um peso forte, é impossível pensar uma proposta como essa sem levar em consideração todos os parâmetros", avalia.

Divulgação: IBTH
Proposta do arquiteto para favela de Pernambués

   Lelé pretende realizar o projeto pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Habitat, sem fins lucrativos, que criou há dois anos em Salvador, cujo objetivo, além da pesquisa, é a realização de obras públicas com a pré-fabricação.   Segundo Lelé, um programa de abrangência nacional como este requer industrialização e qualidade, o que só se consegue com tecnologia.   E disso, ele entende.

Confira, a seguir, entrevista com o arquiteto e mais imagens dos projetos:
Como foi seu trabalho para o Minha Casa, Minha Vida?
   Fiz uma análise do programa para o caso de Salvador, onde a topografia dificulta muito a implantação de um prédio convencional, conforme está sendo feito.   A proposta não é tirar as pessoas do local, é refazer, com o apoio de uma fábrica.

De que forma a fábrica trabalharia?    As casas têm de ser bem feitas, industrializadas.   Montaríamos uma mini-usina em cada local, para atender uma demanda de 300 unidades e uma população de 2 a 2,5 mil pessoas.   A mini-fábrica, que pode ser desmontável e transportada para outro local, tem capacidade para fazer 40 apartamentos em 45 dias.

Qual é o sistema construtivo?
   Um sistema misto de aço com argamassa armada.   São construções com até quatro pavimentos, como as que eles constroem hoje, e até com uma pequena oficina no quarto nível, pois essa população vive muito do que produz em casa.   A proposta contempla a forma de vida que eles adotam hoje, dando-lhes conforto.   O bondinho sobre trilhos, por exemplo, leva os moradores morro acima, evita que eles subam 40 metros feito cabritos.

As pessoas da comunidade poderiam trabalhar para fazer as suas próprias moradias, ou é necessário mão de obra qualificada?
   A gente qualifica a mão de obra num instante.   A qualificação é pequena porque, a rigor, trata-se de um jogo de armar que se aprende com rapidez.   Lógico que há os instrutores.   O que estamos propondo é a racionalização da construção nos mínimos detalhes, nada é improvisado.   Um tipo de construção que vai se multiplicando e que pode ser repassada para qualquer pessoa, e para as empresas.

Projeto Cajazeiras
Divulgação: IBTH

Divulgação: IBTH

Divulgação: IBTH

Projeto Pernambués
Divulgação: IBTH

Divulgação: IBTH

Divulgação: IBTH

Divulgação: IBTH

Divulgação: IBTH

Fonte: aU

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