domingo, 26 de junho de 2011

Águas subterrâneas do rio Mapocho irão refrigerar empreendimento no Chile


 


   O Parque Titanium, composto por três edifícios comerciais em execução no bairro El Golf, em Santiago, é a grande aposta chilena no uso de energia geotérmica para climatização do ambiente.   Sob uma área de 60 mil m² onde o empreendimento é erguido, passam águas do Rio Mapocho a uma temperatura praticamente constante de 15ºC.   O degelo da cordilheira dos Andes colabora para a manutenção da baixa temperatura no verão.   Essa água subterrânea será utilizada para refrigerar o interior das três torres planejadas.

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   As duas primeiras torres do empreendimento, em forma triangular, são erguidas em ritmos distintos. A primeira, mais avançada, será inaugurada na metade de 2012 e a segunda, recém saindo da etapa de fundações, no final do mesmo ano.   Em 2013 estará concluída a terceira edificação.   O projeto de desenvolvimento imobiliário leva a assinatura do arquiteto chileno Abraham Senerman.

   Segundo o arquiteto Andrés Weil, responsável pelo andamento do projeto, a água coletada num volume de 280 l/s será utilizada para a refrigeração antes de ser injetada no aquífero a 100 m de profundidade.   Proibida para consumo, ela pode ser utilizada para gerar refrigeração.   Antes de ser injetada, essa água passa por "intercambiador" de calor localizado no subterrâneo, que esfria os equipamentos VRV (volume de refrigeração variável) localizados nos diversos andares.

   O sistema deve permitir a redução do consumo de energia elétrica, um dos requisitos para a obtenção da certificação Leed de sustentabilidade.   Segundo Weil, o sistema de climatização é de última geração, mas não deixa de ser convencional.   Funciona por volume de refrigeração variável (VRV),  podendo estabelecer a climatização do ambiente levando em conta a temperatura de distintos recintos.   Cada andar dos edifícios terá duas máquinas do tamanho de um frigobar, que se encarregarão de manter a refrigeração distribuída internamente por dutos.

   Segundo Weil, o sistema substitui outros procedimentos mais comuns que utilizam mais energia para levar essa água ao topo do edifício.   De acordo com cálculos do arquiteto, em relação ao sistema convencional de refrigeração, os VRVs geram uma economia de consumo de energia de 60% e os VRVs que utilizam água, 90%.   "A geotermia foi um presente que nós recebemos por estar ao lado do Rio Mapocho", diz Weil.   Mas sua utilização não se restringe a essa situação, e por isso o arquiteto indica aos seus pares considerar a possibilidade de fazer uso dela em seus projetos.   No Chile, alguns edifícios já utilizam esse tipo de energia.

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Fonte: téchne