Eric Cozza | |||||||
Casas carbono zero A grande meta no Reino Unido é fazer com que, até 2016, todos os edifícios novos sejam entregues para operarem com emissão zero de carbono. As edificações são avaliadas em seis níveis, sendo o sexto o mais avançado. Na feira Ecobuild, o arquiteto inglês Bill Dunster apresentou o que pode ser a primeira casa "nível sete", capaz de gerar energia adicional e revender à rede de distribuição de energia, reduzindo o tempo de retorno do investimento. Sustentabilidade como negócioO governo britânico e a iniciativa privada enxergam na sustentabilidade um grande diferencial de mercado. Durante visita à Universidade de Nottingham, ficou claro para os profissionais brasileiros que há muito mais pragmatismo comercial do que idealismo no tratamento dado pelos ingleses ao assunto. A meta é ser referência mundial no desenvolvimento de soluções sustentáveis, exportando conhecimento para outros países. Os principais clientes, por enquanto, são os países do Oriente Médio e a China. Olimpíada verde Nessa cruzada pela conquista do mercado da construção sustentável mundial, os britânicos contam com uma poderosa arma de marketing: a Olimpíada de 2012, que será realizada em Londres. O Parque Olímpico constitui um verdadeiro laboratório de inovações nessa área. Localizado na região leste da capital britânica, o complexo esportivo foi executado em um antigo distrito fabril, no qual foram demolidos 220 edifícios. Os terrenos encontravam-se contaminados e, por conta disso, exigiram um rigoroso e delicado processo de recuperação. BIM - Building Information Modelling Os grandes escritórios de projeto no Reino Unido, tais como Arup e Foster + Partners estão na vanguarda do desenvolvimento do BIM. Ressaltam que não se deve encará-lo como software, mas como um novo processo de trabalho, capaz de trazer grandes benefícios ao evitar interferências e incompatibilidades que acabam "estourando" nas obras. Oportunidades de negócios no Brasil Sim, eles estão chegando. Tanto no Foster + Partners quanto no Aukett Fitzroy Gyarfas, por exemplo, já foram incorporados profissionais brasileiros às equipes de trabalho, com a missão extra de prospectar em território nacional. É provável que atuem em parcerias com escritórios locais, mas o mercado brasileiro tornou-se atrativo demais para ser ignorado. Britânicos interessados em conhecer um pouco mais sobre o País lotaram um auditório durante a feira Ecobuild para ouvir informações do presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, do presidente do Sinaenco São Paulo, José Roberto Bernasconi e de Valeria Martinez, executiva da área comercial do Consulado Britânico em São Paulo, que acompanhou a missão técnica brasileira. RetrofitPara alguns profissionais brasileiros, foi um dos assuntos mais interessantes da missão. Os ingleses possuem forte expertise no desenvolvimento de projetos de retrofit, pois mais de 90% do mercado de construção no Reino Unido está vinculado a essa atividade. Há poucas obras novas e muita coisa para ser reformada, melhorada ou ampliada. Destaque para a recuperação urbana dos arredores do lendário e totalmente reformulado Estádio de Wembley, desenvolvida pela PRP Architects. Durante a visita à região, os profissionais brasileiros também conferiram um sistema de coleta de lixo à vácuo, que conta com vários pontos de coleta seletiva e um conjunto de tubulações que os ligam a uma central coletora. Ali, o lixo é processado e despacha em contêineres diretamente para o transporte em caminhões. Algo a ser estudado como alternativa no Brasil.
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terça-feira, 8 de março de 2011
Sinduscon-SP faz visita técnica a U.K.
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Nesta semana que antecedeu o carnaval estive em São Paulo para uma solenidade de engenheiros e pude constatar que São Paulo está se reinventando. São inúmeras as soluções encontradas para melhoria da qualidade de vida e preservação do meio ambiente. Esta visita do sinduscon-SP a U.K. mostra o interesse no retrofit e a sua possível adaptação a São Paulo.
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