domingo, 1 de maio de 2011

Ministro Nelson Jobin no Clube de Engenharia

   O Clube de Engenharia recebeu, no dia 25 de abril, na reunião do Conselho Diretor, o ministro de Estado da Defesa, Nelson Jobim, acompanhado pelo Almirante Júlio Soares Moura Neto, Comandante da Marinha, pelo General Enzo Martins Peri, Comandante do Exército e pelo Major Brigadeiro Luiz Carlos Terciotti, que representou o Tenente-Brigadeiro Juniti Saito, Comandante da Aeronáutica.   O ministro apresentou aos conselheiros, oficiais das forças armadas e à imprensa presente a Estratégia Nacional de Defesa e falou da evolução da área nos últimos anos.

   A baixa prioridade às políticas de defesa e os desafios enfrentados no início do governo Lula na área – como a falta de quadros civis capacitados para a direção dos assuntos de defesa, a baixa capacidade de direcionar e integrar as políticas setoriais das três forças e a baixa adesão das lideranças militares ao novo formato institucional da direção da defesa, entre outros –, foram expostos e comparados com os avanços evidentes do setor, desde as reformas de 2004 e 2010.

   De acordo com o ministro, a agenda internacional de defesa está hoje à altura do novo patamar ao qual o governo alçou a política externa brasileira. “Temos hoje diversas possibilidades do incremento do relacionamento militar com nações que antes nem imaginávamos, não só para construir pontes, mas também para desarmar iniciativas que poderiam ser nocivas aos interesses nacionais e à nossa soberania”, explicou o ministro, citando a tentativa de construir o conceito de “Bacia do Atlântico”.

   No âmbito do interno, Jobim comentou a importância das forças armadas no suporte às forças de segurança pública. “Graças às reformas de 2004 e 2010, as forças armadas têm poder de polícia que viabiliza, inclusive, a sua participação em ações como as que ocorreram no Rio de Janeiro em relação, por exemplo, ao Complexo do Alemão e o Complexo da Penha.   Os militares brasileiros estão aí para servir às necessidades brasileiras, sejam elas internas ou externas”, afirmou.

   Defesa como ferramenta estratégica Nelson Jobim foi enfático sobre a importância de se manter o patamar ao qual a defesa nacional foi alçada nos últimos anos e da necessidade de uma política de comedimento e de absoluta moderação, sem impor condições de um país, mas que tenha uma estratégia de cooperação com os vizinhos sul-americanos para que o subcontinente tenha capacidade dissuasória.  “A América do Sul é a maior reserva de energia renovável e não renovável do mundo, o maior produtor do mundo de proteína vegetal e animal, temos as duas maiores reservas de água potável do mundo: a Amazônia e o Aqüífero Guarani. É da defesa dessas riquezas que estamos tratando: energia, alimento e água”.

   Segundo o ministro, ficou para trás o pacifismo ingênuo que dominava a área da defesa.   “Não se trata de conflito, de guerra, mas de uma estrutura de hard power que possa assegurar uma política soft power internacional.   Uma coisa não sobrevive sem a outra”.   O ministro falou, ainda, do esforço feito para manter no Brasil os novos talentos, freqüentemente levados pelas empresas privadas para outros países.

   Francis Bogossian, presidente do Clube de Engenharia, entregou a Nelson Jobim uma placa em agradecimento pela visita.   O ministro entregou ao Clube uma cópia da Estratégia Nacional de Defesa e o livro Segurança Internacional – Perspectivas Brasileiras, que tem como organizadores, o próprio ministro, Sergio W. Etchegoyen e João Paulo Alsina, além de uma placa cumprimentando o Clube pela iniciativa.

Fonte: Clube de Engenharia

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